26 abril 2013

Portugal quer vender casas a reformados franceses ricos


Bancos e imobiliárias portuguesas vão estar em Paris, entre 24 e 26 de maio, na nova edição do Salão Imobiliário e do Turismo. Objetivo: vender casas em Portugal a reformados franceses com elevado património, acenando com preços atrativos e novos incentivos fiscais.
Dez milhões de euros foi o volume de negócio gerado na primeira edição do Salão ; agora, a expectativa é “duplicar ou triplicar esse valor”, adianta ao DN/Dinheiro Vivo, Ricardo Simões, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, que organiza o evento.

Entre 10 a 12 mil é o número de visitantes que a organização conta receber durante os três dias do Salão, mais do dobro dos visitantes que o ano passado passaram no Parque de Exposições, na Porte de Versailles, em Paris. A Câmara de Comércio está a apostar numa campanha que vai estar presente na rede de Metro da cidade francesa. “São mais de 10 mil potenciais compradores” de casa em Portugal, frisa Ricardo Simões. “Em Paris há mais que fazer do que ir passear ao salão imobiliário português”.

Este ano o número de expositores subiu de 60 para 80, sendo que 90% dos expositores são agências imobiliárias ou até bancos com capital português à procura de negócio. CGD, BES, Montepio ou Banco Invest são algumas das instituições que marcam presença. E têm ao seu dispor, acredita Ricardo Simões, pessoas “verdadeiramente interessadas” na compra de uma casa em Portugal: dos visitantes, 47% eram de nacionalidade francesa, 75% tinham mais de 35 anos e 30% idade acima dos 50 anos.

De acordo com os dados da organização, 56% dos visitantes são empresários ou quadros superiores e 8% reformados. E o que procuram? Mais de metade (52%) uma segunda residência/casa de férias e 24% uma oportunidade de investimento. Ou seja, comprar casa para posterior arrendamento. Algarve (34%) e Lisboa (32%) são as regiões mais procuradas para compra de casa, sendo que metade quer um apartamento e 35% procura uma moradia ou villa.

Os franceses reformados, diz Ricardo Simões, querem cada vez mais passar o resto dos seus dias fora do país, numa região com bom clima. Portugal, acredita o diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, reúne essas condições. Os benefícios fiscais que os reformados franceses poderão usufruir no país, através do regime Residente não Habitual, são incentivo extra (ver caixa). Uma isenção fiscal que, acredita Ricardo Simões, poderá um gancho para os reformados num país onde a carga de impostos é elevada.

Luís Lima, presidente da da APEMIP (associação das empresas imobiliárias) acredita mais na vontade de investir e no regresso de emigrantes a Portugal. O mesmo pensa Ricardo Sousa, administrador da Century21, rede de agências que também vai estar em Paris, onde a marca é já conhecida. França representou, no ano passado, 4% do volume de receitas para esta imobiliária. Vender o património que têm em Portugal, comprar “casa onde têm raízes e procurar uma “casa para férias e para arrendamento (em Lisboa, Porto e Algarve) é o que esse cliente procura. Mas é a compra de casa como investimento “o que está a crescer mais”, garante.

Fonte: Dinheiro Vivo

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