Lisboa está na moda e não é por acaso que foi considerada como o destino que apresenta a melhor relação qualidade-preço do mundo, segundo o TripAdvisor. Recentemente foi ainda eleita a segunda melhor cidade da Europa para visitar, pelo "European Best Destinations 2013". E não é só a capital que tem vindo a atrair visitantes de todo o Mundo. O Porto também foi escolhido como o melhor destino europeu de 2012 pela European Consumers Choice.
Com a descoberta deste destino pelos estrangeiros, também a forma de os receber tem vindo a alterar-se. Nem só os hotéis são a principal escolha, outros tipos de alojamento têm sido procurado pelos preços acessíveis, como por exemplo os hostels. Também os hotéis de charme são hipóteses cada vez mais consumadas mas ainda existe o alojamento turístico. Este tem vindo a crescer nos últimos anos e a ele estão associados dois factores, o aumento da procura por este tipo de produto pelos turistas e ao mesmo tempo uma oportunidade de negócio para quem tem edifícios ou apartamentos nos centros históricos das principais cidades.
10 mil euros em pouco mais de três meses
Numa altura difícil no imobiliário, esta pode ser uma forma de contornar a crise. Sofia Dias, responsável de comunicação da Homelidays para Portugal, empresa internacional líder nos alojamentos turísticos, revela ao Sol as vantagens do ponto de vista do proprietário. “Desde a possibilidade de arrendamento de imóveis para férias, por um curto período de tempo, ao facto desta se revelar uma óptima forma de obtenção de rendimento extra, este negócio pode render-lhes cerca de 10 mil euros em pouco mais de três meses”, explica. A responsável assegura ainda que desta forma os proprietários podem, por exemplo, financiar os empréstimos bancários das primeiras habitações, pagar despesas extra como condomínio, água, gás, electricidade, IMI ou efectuar melhorias no alojamento, possibilitando, posteriormente, um aumento da renda.
“Tendo em conta que o valor médio dos arrendamentos no Portal Homelidays é de 700 euros por semana, feitas as contas, durante os três meses de verão, é possível acumular 8.400 euros”, admite Sofia Dias.
Em relação à rentabilidade de uma casa para alojamento turístico, a responsável, a título de exemplo, refere uma vivenda no Estoril a cinco minutos da praia, para seis pessoas com 200m2, esplanada, jardim, estacionamento para três carros, pode custar desde 20€ por pessoa por noite.
Franceses, Ingleses e Espanhóis são os que mais procuram Portugal
As cidades do Porto, Lisboa são as que reúnem maior oferta. Em termos de regiões, o top 3 da procura é composto pelo Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo. De acordo com o último balanço feito pela Homelidays, existem regiões em pleno boom no que respeita à procura, como é o caso da região Norte-Douro com um crescimento de 43% e a região do Alentejo que conta com uma procura a rondar os 41%. Por último, a Madeira também apresenta um forte crescimento na procura, a rondar os 44%.
Sofia Dias adianta ainda que por norma, os turistas optam por ficar em alojamentos espaçosos com capacidades para seis a 10 pessoas, onde podem ficar com a família ou um grupo de amigos permitindo-lhes, assim, reduzir os custos de despesas no local ao realizarem as refeições típicas, comprando os ingredientes no local, dentro do orçamento estabelecido. “A experiência local é um factor incontornável”, salienta.
Contudo, esta forma de alojamento que tem vindo a crescer em Portugal e também em Lisboa, não pode ser vista apenas como o «el dourado» para quem tem apartamentos em zonas turísticas ou mesmo para quem investe para esse efeito. Hélder Pereira Coelho, administrador do Atelier Architecture Tote Ser, que possuí o departamento In Suites, dedicado exclusivamente ao alojamento turístico, tem já uma vasta experiência nesta área e reconhece que as casas do centro podem ser um bom negócio para alojamentos turísticos, desde que integradas numa estrutura e por sua vez constituam uma massa crítica suficiente para se tornar um negócio rentável.
Reabilitar para gerar negócio turístico
Hélder Pereira Coelho revela que se tem verificado uma maior vontade em investir na reabilitação para este negócio. Contudo, alerta que isolado não gera resultados suficientes para fazer face ao investimento e com rentabilidades alternativas a outros produtos. “Este passa a ser interessante quando integrado ou seja, fazendo parte de um processo completo que vai desde o bom investimento dos imóveis à sua rentabilização passando por uma estrutura de boa gestão e manutenção”, adianta.
Este negócio bem estruturado desde a fase inicial (negociação e decisão da localização do imóvel, etc.), passando pela boa gestão e manutenção do mesmo, tem vantagens como por exemplo, um maior valor do imóvel por se encontrar em excelente estado de conservação e ser um negócio que se encontra a gerar boas rentabilidades. Tem também a possibilidade de o investidor enquanto não estiver a utilizar o imóvel pode entregar à estrutura em que este está inserido e obter uma boa rentabilidade sem as normais preocupações de um proprietário. A vantagem ainda da rentabilidade da exploração diária em comparação com a exploração mensal tradicional e as boas remunerações durante uma vida útil prolongada deste negócio.
O responsável salienta ainda as actuais vantagens fiscais na tributação de imóveis reabilitados face aos prédios que se encontram devolutos. “Bem como a flexibilização que existe neste tipo de reabilitação que permite alterar a todo o momento o destino de arrendamento turístico para arrendamento tradicional habitacional”, conclui o responsável da In Suites.
Fonte: Diário Imobiliário
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