Uma "margem negocial elevada" e descontos na renda até 30% são fatores que caraterizam as rendas de escritórios do Porto, na atual conjuntura económica. Uma análise da consultora Worx revela que mesmo nas zonas prime, "com valores pedidos pelos proprietários a situarem-se entre os €12,5 e os €14 por metro quadrado/mês", não se conseguem valores de fecho além dos €8 a €10/m2/mês.
"Em Lisboa, a margem negocial nas zonas prime é mais baixa, no máximo 15 a 20%", diz José Covas, responsável pelo departamento de Avaliação da Worx, consultora que divulgou esta semana a WMarket Review.
O mercado de escritórios do Porto está dividido em quatro zonas: na zona 1, a da Boavista, a renda prime média atinge o valor mais elevado - €16/m2/mês -, a zona 2, na Baixa da Invicta, cerca de €11,5, Gaia com €13 e a chamada zona 4 que concentra todas as restantes áreas onde a renda mais elevada não vai além dos €10.
Recorrente não só nos escritórios mas também no retalho, a flexibilidade para as negociações das rendas pode assumir diferentes formas que vão além dos descontos. "Muitos promotores asseguram as obras de adaptação dos inquilinos no local, facilitam prazos de carência, permitindo que a empresa se instale mas só comece a pagar dentro de 9 ou 12 meses e, por último, e a mais usual nos últimos tempos, tem a ver com a renda variável ao longo dos anos. Imagine-se uma renda contratada de €15 mas que no primeiro ano só paga €11, no 2º €12 e só se começa a pagar efetivamente no último ano" diz José Covas. Acima de tudo, o que os proprietários de espaços de escritórios ou de retalho procuram são os "inquilinos sustentáveis", como sublinha Joana Fonseca, responsável pelo departamento de Research, da Worx: "Aqueles que têm um volume de vendas constante, que dão garantias e que ocupam uma área significativa. Esses têm grande capacidade negocial".
Fonte: Expresso
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