15 julho 2013

Imobiliário: A moda das casas de aço


Já imaginou viver numa casa de aço? Em Portugal não é muito habitual, mas este tipo de construção já existe há décadas. E as vantagens são muitas, dizem os especialistas: materiais 100% portugueses, facilidade e velocidade de construção, eficiência energética, acústica e manutenção.

Para todos os que têm desconfiança sobre a durabilidade e segurança das habitações, os fabricantes destas casas asseguram que as casas de aço têm um prazo de durabilidade igual ou superior aos outros materiais. Relativamente à segurança, revelam mesmo que se trata de uma forma de habitação segura, inclusive a nível de resistência sísmica.

E se pensa que são casas blindadas e com pouco design, fica desde já informado que o desenho e a estética destas construções são iguais a todas as casas portuguesas. Podem ter uma arquitectura tradicional ou moderna. São construídas com as mesmas características de qualquer outra habitação. Até pode ter uma casa modular, e as soluções no mercado são muitas.

E este material não é só utilizado na construção nova. Também na reabilitação é um dos materiais mais procurados actualmente. Mas afinal como são feitas as casas de aço? São construídas em aço leve –o Light Steel Framing (LSF) –, depois levam placas de gesso cartonado, lã de rocha e placas OSB.

Velocidade de construção

A Criatus – Engenharia e Construção é uma empresa que existe desde 2007, e que até ao momento já construiu mais de 50 casas. Apesar de terem uma linha de casas modulares não têm modelos standard porque preferem sempre desenhar a casa à medida dos desejos dos clientes. «Os nossos clientes vêm sempre ter connosco porque já estão informados e sabem o que querem. Uma das preocupações diz respeito às condições térmicas e acústicas, e este tipo de construção bate todos. Temos sempre classificação de Classe A», refere André Sousa, sócio-gerente da Criatus.

Outra razão diz respeito à velocidade com que estas casas podem ser construídas. André Sousa revela que uma casa pode ser construída em dois meses. Contudo, alerta que as casas de aço são iguais às outras e tem de ter fundações, licenciamento e até financiamento do banco, tal como uma casa de material tradicional.

Joaquim Eduardo, responsável comercial da Miho Concept, uma nova linha de casas arquitectónicas de aço da Perfisa, explica que as casas construídas com LSF já são comuns em países como os Estados Unidos da América e o Canadá, entre outros. «Esta é, na verdade, uma construção sustentável», garante.

Relativamente a custos, Joaquim Eduardo reconhece que os valores não são muito diferentes das casas de construção tradicional. As vantagens estão noutras vertentes: «Em vez de ir para a obra o cimento, o tijolo, a pá, a areia, a água e todo o material necessário na construção tradicional, nestas casas o trabalhador só tem de levar o cinto, a parafusadora e os parafusos, além do aço. Trata-se de uma obra limpa e seca», refere.

Outra vantagem revelada por este responsável diz respeito à manutenção. Numa casa construída em aço, se surgir algum problema nas canalizações ou num cabo não existe a necessidade de destruir paredes. Depois de analisar e identificar a avaria, a obra será de fácil execução, sem lixo: basta um corte no local e, depois da reparação, rapidamente é colocada a placa.

Também o Grupo M – My Design House apresenta modelos design de casas em aço. Aqui o objectivo é produzir estruturas metálicas e casas modulares a preços low cost. O material utilizado é o painel sandwich com caixa-de-ar, revestimento a lã de rocha e pladures.

Aqui um T1 com 36 metros quadrados pode ter um preço de 15 mil euros. «Claro que é um modelo de casa que pode evoluir até em altura. Fazemos projectos à medida das necessidades das pessoas», explica Miguel Maia, responsável do Grupo M.

Este tipo de casa é também um bom negócio para quem tenha a ambição de exportar. O Grupo M já vende para diversos países, nomeadamente Moçambique, Mauritânia, Conacri, Líbia, Marrocos, Senegal, Cabo Verde e outros.

Mudar mentalidades

Embora estas casas sejam mais usadas como moradias, Joaquim Eduardo, da Miho Concept, revela que esta construção também pode ser realizada em altura, até ao máximo de seis andares. Este responsável adianta ainda que o mais difícil neste tipo e construção é mudar as mentalidades.

Na verdade, os portugueses são conhecidos por temerem as mudanças, mas o momento de crise – onde há vontade em ter uma casa mais eficiente e que no futuro possa ajudar a minimizar custos – tem levado a uma mudança. São cada vez mais os interessados neste tipo de construção. A casa de aço parece que entrou na moda.

Fonte: SOL

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