De acordo com o estudo, o Porto surge em 124.º lugar num total de 126 localizações analisadas. Ou seja, arrendar um escritório na capital do Norte custa menos do que em Hanói, no Vietname (435,47 euros), que em Atenas (368,69 euros) ou Guadalajara, no México (296,95 euros). Cidades ainda em desenvolvimento, em crise ou de segundo plano.
O Porto só tem escritórios mais caros do que Salonica, na Grécia, ou que Palma de Maiorca, localizações onde não há mercado de arrendamento de escritórios ou sequer procura para o alimentar. O mesmo fenómeno que acontece também agora no Porto.
“Diria que, neste momento, face aos volumes de transações e às rendas praticadas, o Porto é um mercado secundário”, disse ao Dinheiro Vivo a responsável pela área de estudos de mercado da CBRE Cristina Arouca. No ano passado, só se arrendaram 12 500 m2 de área de escritórios, metade do ano anterior, e que já há rendas mensais abaixo dos 10 euros/m2 na zona mais barata - a Baixa.
Aliás, os custos totais de ocupação caíram 9,6%, num ano, entre junho de 2012 e junho de 2013, por causa da conjuntura económica. “As empresas estão a reduzir a sua área e, como não há procura, baixam-se muito os preços”, explica. Além disso, considera Ricardo Guimarães, responsável do Confidencial Imobiliário, “há muitas empresas, mesmo do Norte, que estão a fechar no Porto e a ficar só em Lisboa”.
A contribuir para esta falta de dinâmica está, diz Cristina Arouca, o facto de o Porto nunca ter tido um mercado profissional. A maior parte dos proprietários são privados e não institucionais e as operações são feitas fora das mediadoras. “Num ano bom, como 2008, arrendaram-se 28 mil m2 no Porto; em Lisboa ultrapassaram-se os 200 mil m2”, refere. Mas nem assim Lisboa aparece mais bem cotada na lista da CBRE: está em 104.o lugar, com custos totais de 296,7 euros/m2 por ano.
Fonte: Dinheiro Vivo
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