Apesar da crise, a oferta hoteleira portuguesa aumentou no ano passado perto de 200 unidades face a 2011, devendo esta tendência de crescimento manter-se este ano, ainda que em menor dimensão, com o surgimento de mais 34 novos empreendimentos turísticos no País.
Esta previsão consta do Atlas da Hotelaria 2013 elaborado pela Deloitte, que a respeito do crescimento da oferta hoteleira no ano passado salienta, no entanto, que "uma análise mais criteriosa demonstra que essa situação ficou a dever-se, essencialmente, ao prolongamento do efeito de reconversão da oferta turística nacional, decorrente do novo regime jurídico dos empreendimentos turísticos".
A nova oferta esperada para este ano será liderada por Lisboa, com 13 novos empreendimentos, seguindo-se a região Centro com sete, o Norte com cinco, o Algarve com quatro, o Alentejo com três e a Região Autónoma da Madeira com dois.
Atualmente existem já 1704 empreendimentos turísticos no País, totalizando cerca de 129 mil unidades de alojamento, revela ainda o estudo, que atribui ao grupo Pestana Hotels & Resorts/ Pousadas de Portugal a liderança do sector desde 2007, com um total de 6335 unidades de alojamento.
Seguem-se os grupos Vila Galé Hotéis, com 3800 unidades de alojamento, Accor Hotels com 3113, Tivoli Hotels & Resorts com 2471 e VIP Hotels com 2101.
O mercado hoteleiro português continua a caracterizar-se por uma forte segmentação, com 61% dos empreendimentos turísticos e 40% das unidades de alojamento a pertencerem a empresários independentes, o que representa em ambos os casos um aumento de quatro pontos percentuais face a 2011.
No que respeita à tipologia, este mercado continua a ser dominado pelos hotéis, que detêm uma fatia de 70% do total, mais três pontos percentuais face ao Atlas da Hotelaria 2012. Em termos absolutos, todas as restantes tipologias de alojamento registaram aumentos no número de empreendimentos turísticos (apartamento turístico, hotel apartamento, hotel rural e aldeamento turístico), com excepção das pousadas, que passaram de 42 em 2011 para 35 em 2012.
Os empreendimentos classificados com três e quatro estrelas continuam a predominar, com 38% e 35%, respetivamente. Seguem-se os empreendimentos de duas estrelas, com 16%, enquanto as pousadas perderam representatividade, caindo de 3% para 2%, o que ficou a dever-se ao encerramento de unidades desta tipologia.
As posições regionais mantêm-se, com o Algarve a liderar a oferta hoteleira com 25% dos empreendimentos turísticos, seguido do Norte e Centro (ambos com 21%) e de Lisboa (14%). O Alentejo mantém os 8% de fatia do mercado, seguido da Região Autónoma da Madeira, com 7%, e da Região Autónoma dos Açores, com 4%..
O estudo acrescenta ainda que, quando analisado o RevPAR (receita por quarto disponível) médio de 2012, confirma-se a liderança de Lisboa com 40,5 euros, seguida da Região Autónoma da Madeira (30,6 euros), Algarve (27,4), Norte (20,6), Região Autónoma dos Açores (20,5), Alentejo (17,8) e Centro (14,9).
No Atlas da Hotelaria 2013, o senior manager da Deloitte Pedro Rosa destaca o facto dos principais grupos hoteleiros nacionais continuarem a apostar na expansão internacional, procurando capitalizar o reconhecimento das suas marcas.
"Apesar da consolidação se apresentar como uma tendência de evolução natural, são poucos os grupos hoteleiros e independentes que optam por explorar as potenciais sinergias daí decorrentes", nota aquele responsável. E frisa que, "mesmo num contexto económico e financeiro adverso, o sector hoteleiro nacional tem demonstrado alguma resiliência no que respeita ao número de aberturas de novas unidades hoteleiras".
Fonte: Dinheiro Vivo
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.