28 julho 2013

Reabilitações de casas em Lisboa estão até 30% mais baratas


Os prédios para reabilitar estão mais baratos, mesmo os que ficam no centro das cidades e que, por norma, custam mais. “Há casos em que os preços dos imóveis desceram de mil euros por metro quadrado para os 700 euros, ou seja, estamos a falar de reduções de 30%”, disse o responsável da área de promoção da consultora CBRE, Francisco Sottomayor.

“Não é uma média porque o mercado é ainda muito disperso e há descidas mais acentuadas que outras. Por exemplo, na Avenida da Liberdade ou no Chiado compravam-se imóveis a dois mil euros/m2, mas agora já ninguém paga esses preços”, explica.

Esta é mais uma consequência da crise económica que o país atravessa, mas que neste caso é positiva para o mercado. “A única forma de haver investimento é os preços estarem mais baixos”, diz Francisco Sottomayor, acrescentando que, por causa disso, “os investidores estrangeiros estão novamente a olhar para Portugal e para a reabilitação, mas com muita cautela”.

É que os preços só começaram a baixar agora e, se até 2010, ainda havia dinheiro para investir, mesmo que a preços mais altos, desde que a troika chegou a Portugal que o mercado quase parou e muito por causa dos preços dos imóveis devolutos.

Este tem sido, aliás, um dos principais entraves à reabilitação urbana, não só porque afasta investidores mas também porque se for caro comprar vai depois ser caro vender. É por isso que grande parte dos edifícios reabilitados, principalmente no centro da cidade, são hotéis de cinco estrelas ou casas de luxo, ou seja, com preços que permitam pagar o investimento realizado.

Nova lei também ajuda
Não é só porque os preços estão mais baixos que se nota uma maior dinâmica - a autarquia está mais rápida a aprovar licenciamentos e ainda que a nova lei traz incentivos fiscais e legislativos que prometem lançar as bases para criar um verdadeiro mercado. Aliás, já há exemplos, diz Francisco Sottomayor.

“Nos bairros históricos, como Alfama, as casas ficavam degradadas muito tempo e agora já se veem mais prédios reabilitados. Isto acontece porque, com a nova lei, se se tiver uma fração devoluta num prédio o valor do IMI triplica e por isso os proprietários são quase obrigados a fazer obras”, explica. Além disso, os proprietários também já podem despejar os inquilinos ou realojá-los enquanto fazem as obras. E numa loja, “se o inquilino tiver mais de 65 anos o proprietário não tem de lhe pagar para sair. Se tiver menos, paga o equivalente a um ano de renda e extingue-se o contrato”, repara.

Estes apoios são também uma das causas para o número de pedidos de processos de licenciamento para reabilitação e conservação estar a crescer depois de terem começado a cair em 2011. Nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados da Câmara Municipal de Lisboa, deram entrada 503 processos de reabilitação e mais 383 de conservação. No total, em 2012 foram pedidos 904 licenças de reabilitação e mais 907 de conservação. 

Fonte: Dinheiro Vivo

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