A classificação do desempenho energético do edificado nacional continua amplamente centrada nos prédios residenciais.
O sector dos edifícios é responsável pelo consumo de, aproximadamente, 40% da energia final na Europa. No entanto, mais de 50% deste consumo pode ser reduzido através de medidas de eficiência energética, o que pode representar uma redução anual de 400 milhões de toneladas de CO2 – quase a totalidade do compromisso da UE no âmbito do Protocolo de Quioto.
O Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios é um dos três pilares sobre os quais assenta a nova legislação relativa à qualidade térmica dos edifícios em Portugal e que se pretende venha a proporcionar economias significativas de energia para o país, em geral, e para os utilizadores dos edifícios, em particular.
O SCE define regras e métodos para verificação da aplicação efetiva destes regulamentos às novas edificações bem como aos imóveis já construídos.
Assim, no período temporal decorrente de Junho de 2007 a Março de 2013, o Sistema de Certificação Energética (SCE), em termos cumulativos, contabilizou, aproximadamente, 577 mil certificados emitidos. De acordo com a informação facultada pela ADENE, publicada no Catálogo de Estudos da APEMIP, no primeiro trimestre do ano de 2013, foram emitidos cerca de 16,6 mil registos em termos do SCE, observando-se uma contração de 28%, face ao ano de 2012.
A classificação do desempenho energético do edificado nacional continua amplamente centrada em termos cumulativos nos prédios residenciais, que representam estruturalmente cerca de 90% dos registos emitidos.
Considerando apenas o primeiro trimestre de 2013, essa representatividade foi de 87%. Tendo em consideração a variável em estudo, comparando com o mesmo período do ano transato, nos prédios residenciais registou-se um decréscimo de 27% em termos de volume face a 2012, tendo os edifícios de serviços registado uma quebra de 32%.
De acordo com os dados da APEMIP, os primeiros três meses do ano corrente, a relevância dos certificados energéticos emitidos após Declaração de Conformidade Regula totalidade dos certificados, no segmento residencial, registou no período temporal em análise um crescimento.
Os valores, em Janeiro, em torno de 12,3%, atingindo, em Março, cerca de 14,9%, inferindo-se da crescente concretização de edifícios licenciados. Nos edifícios de serviços, a relevância dos CE-DCR na totalidade dos certificados, foi diferenciado, registando um ligeiro decréscimo de Janeiro (7%) para Março (6,8%), observando-se uma redução na concretização de edifícios direcionados para o mencionado segmento.
Tipologias T3 com destaque
Incidindo a análise da certificação energética, particularmente no segmento residencial, por tipologia, observou-se, que da totalidade dos imóveis certificados, em termos acumulados, 37,4% incidem na tipologia T3 e 32,6% na T2.
Direcionando a análise, apenas para os DCR (incide apenas sobre os imóveis licenciados – poderá dar uma ideia de construção futura) por tipologia, denotou-se que entre Janeiro a Março do ano de 2012 os T1, do total das tipologias, representavam 13%, no mesmo período em 2013 essa representatividade foi de 14%. No segmento de serviços, a maioria dos imóveis alvos de certificação energética, incidiram nos pequenos edifícios sem sistema (s) de climatização (cerca de 87,3%).
Certificados emitidos pela ADENE na construção nova
1º trimestre De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário (CI) No 1º trimestre de 2013 a ADENE emitiu, na Área Metropolitana de Lisboa (AM Lisboa), Declarações de Conformidade Regulamentar (DCR’s) para 232 fogos incluídos em 141 projetos de promoção nova. O concelho de Lisboa, com 22% do total dos novos fogos para os quais foram emitidas DCR´s no 1º trimestre de 2013, apresentou-se como o principal destino das intenções de investimento da área metropolitana. Seguiram-se, com quotas de 16%, 13% e 10%, os concelhos de Cascais, Sintra e Mafra. A maioria dos fogos novos certificados na AM Lisboa no 1º trimestre de 2013 foram alvo de DCR´s de classe energética A e B, nomeadamente 38% e 32%.
Porto Classes A+ e A representam 50% do total
No 1º trimestre de 2013 foram emitidas, na Área Metropolitana do Porto, Declarações de Conformidade Regulamentar (DCR’s) para 263 fogos inseridos em 113 projetos de promoção nova. A maioria dos novos fogos certificados, nomeadamente, 51%, encontrava-se no concelho do Porto. De acordo com a CI, Gaia, Vila do Conde e Matosinhos, com quotas entre 9% e 14%, apresentaram alguma expressão relativamente ao volume de novos fogos em pipeline. A certificação de projetos de construção nova relativos a edifícios de apartamentos apresentou-se pouco significativa em quase todos os concelhos, ao contrário do verificado para os projetos relativos a moradias.
Algarve Projetos certificados somam 739 fogos De acordo com a CI, em 2012, a ADENE emitiu no Algarve Declarações de Conformidade Regulamentar (DCR´s) para 739 novos fogos. Do total dos novos fogos certificados, 375 estavam contidos em edifícios de apartamentos relativos a 28 projetos de promoção nova, sendo que os restantes eram referentes a 340 projetos de habitações unifamiliares. O concelho de Loulé, com 22% das DCR’s emitidas para novos fogos na região em 2012, apresentou o maior potencial em termos de investimento em promoção nova. Destacaram-se os concelhos de Lagoa e Portimão, onde o total dos certificados emitidos ascendeu a 16% e 14%, respetivamente. A classificação máxima A+.
Fonte: Público
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