01 julho 2013

Uma cidade inteligente em Paredes


O empreendimento que iria transformar Paredes numa cidade inteligente e um exemplo mundial ainda não avançou, mas a holding gestora mudou de estratégia. O problema, até agora, foi o financiamento, que secou quando a troika entrou em Portugal. Steve Lewis, CEO da holding Living PlanIT, está a dar a volta ao problema. 

"Inicialmente, desenvolvemos uma estratégia de financiamento baseada em dívida, alavancando as fontes internacionais de financiamento", explica o CEO ao Dinheiro Vivo, "mas tivemos que repensar a nossa estratégia."

A holding reformulou o plano e vai entregá-lo brevemente à Câmara Municipal de Paredes e ao executivo de Passos Coelho para análise e aprovação. "Estamos a preparar-nos para informar o município de Paredes e o governo do país em relação aos nossos planos de desenvolvimento no curto prazo e a estratégia de investimento para Portugal", revela. 

O dinheiro virá agora de fundos de investimento e capitais de risco, que inclusivamente estão interessados num IPO da Living PlanIT. A holding também passou os últimos anos a pôr de parte as receitas geradas pelas suas tecnologias noutros mercados para reinvestir em Portugal. 

"Temos instalações significativas em vários países do mundo que geram receitas do licenciamento do sistema operativo PlanIT para os mercados da Internet das Coisas e o sistema PlanIT Urban para mercados citadinos e desenvolvimento urbano inteligente", explica Lewis. "Os lucros destas operações foram guardados para investir no nosso projeto PlanIT Valley."

Tanto Steve Lewis como os outros executivos de topo da Living PlanIT continuam a residir em Portugal, apesar de terem negócios em vários outros países. "Continuamos a fazê-lo pelo objetivo único de cumprir a nossa visão para o PlanIT Valley e o papel crítico que terá na nossa investigação e desenvolvimento estratégicos."

"Atraímos igualmente fundos de investimento e capitais de risco que veem a Living PlanIT como forte candidata a um IPO nos próximos dois anos. Uma parte fundamental destes investimentos de capital de risco é dedicada à nossa plataforma de investigação e desenvolvimento que será usada no PlanIT Valley e irá expandir dramaticamente a nossa equipa de engenharia com talento recrutado principalmente em Portugal." 

Sem dar datas nem montantes, escudando-se na análise que o município e o governo têm de fazer primeiro, Steve Lewis fala do que pretende avançar primeiro. "Vamos instalar a nossa sede do Living PlanIT, a investigação e desenvolvimento, o laboratório da Internet das Coisas e instalações executivas na primeira fase", indica. "Não divulgamos os montantes finais de investimento publicamente, neste momento, até que o município e o governo tenham analisado e aprovado os nossos planos. Lewis diz que se tratará de instalações 'state of the art' em escala e a ideia será exportar a tecnologia desenvolvida lá. 

"O nosso ecossistema de parceiros cresceu significativamente com colaborações com a IBM, Hitachi e outros que foram adicionados aos que já tinham sido anunciados", acrescenta. "Nos próximos meses haverá anúncios específicos que não apenas descrevem essas relações mas também a nossa estratégia para mercados verticais importantes nos quais operamos."

Com a melhoria das condições económicas no mundo e o afastar dos receios de que Portugal entre em bancarrota ou seja obrigado a sair do euro, Lewis acredita que o plano avançará. A empresa ganhou mesmo alguns prémios pela tecnologia que tem criado, como foi o caso do Prémio Pioneiros Tecnológicos do Fórum Económico Mundial.

Fonte: Dinheiro Vivo

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