De acordo com o mais recente estudo da consultora imobiliária CBRE, os investidores institucionais da Ásia poderão vir a investir mais de 150 mil milhões de dólares em imobiliário nos próximos cinco anos, mas, com a limitação de disponibilidade de imóveis activos para investimento na Ásia, irão procurar oportunidades no exterior, nas principais capitais de investimento como Londres, Nova Iorque, Sidney e outras cidades.
Atualmente, os investidores institucionais asiáticos com forte liquidez controlam um quinto do capital global institucional. Contudo, o atual panorama de baixas taxas de juros globais e fraco desempenho do mercado bolsista significa que estes investidores enfrentam desafios importantes de forma a manter um retorno adequado dos seus investimentos. Muitos destes investidores começaram a reconhecer as vantagens de acrescentar ativos imobiliários aos seus portefólios, mas, apesar de um acentuado aumento da atividade de investimento nos últimos anos, atualmente reservam apenas 1,7% dos seus ativos ao imobiliário, por comparação a 6%-8% entre os investidores institucionais na América do Norte e na Europa.
A falta de experiência de investimento no estrangeiro, restrições regulamentares, stock limitado de imóveis activos para investimento e preços agressivos, colocaram desafios consideráveis para os investidores que pretendem expandir os seus portefólios dentro da região Ásia-Pacífico. Esta situação impeliu os investidores institucionais asiáticos a procurar oportunidades fora da região, com os ativos core nas principais capitais de investimento, a constituírem a classe de ativos mais procurada.
Ainda segundo a consultora, as aquisições realizadas por investidores asiáticos fora da região aumentaram de 2 mil milhões de dólares americanos em 2008 para quase 9 mil milhões em 2012, sendo as instituições asiáticas responsáveis por uma larga quota das aquisições. A Europa é atualmente o principal foco de interesse para os investidores asiáticos, seguindo-se a América do Norte e a Austrália.
Com os investidores institucionais asiáticos a diversificar para classes de ativos alternativos de baixo risco, mais investidores haverá a aumentar a alocação para imobiliário. Uma estimativa conservadora de aumento da sua alocação para imobiliário para 2,5-3,5% nos próximos cinco anos, tendo em conta um aumento constante do volume dos ativos de 4-6% por ano, traduzir-se-ia num potencial fluxo de liquidez superior a 150 mil milhões de dólares (incluindo investimento imobiliário direto e indireto) para o mercado de investimento imobiliário global.
O grande volume de imóveis comerciais prime atualmente no pipeline de promoção imobiliária da Ásia-Pacífico irá suavizar parcialmente esta pressão. Contudo, este novo stock continuará a ser insuficiente para dar resposta à procura do grande volume de capital institucional destinado a ser investido em imobiliário. Paralelamente, outros investidores, como REITs (Fundos de Investimento Imobiliário) e utilizadores finais, também competirão para adquirir novos imóveis, uma situação que pode ter como consequência um período prolongado de yields estruturalmente baixas para ativos core na Ásia.
Na opinião de Chris Ludeman, Presidente do Departamento de Global Capital Markets da CBRE, “Os investidores institucionais asiáticos estão já a começar a adquirir ativos fora da região, com os ativos core nas principais capitais de investimento, a constituírem a classe mais procurada. Tendo em consideração os numerosos desafios que enfrentam a nível interno, é esperado que a maior parte dos grupos se interesse por outros mercados importantes, em particular na Europa e América do Norte".
“Embora os investidores que já tiveram exposição em mercados globais continuarem a adquirir novos ativos, os próximos anos registarão várias novas entradas nos principais mercados imobiliários globais, como Londres e Nova Iorque. As instituições japonesas, que até agora têm estado bastantes ausentes da cena global, assim como as companhias de seguros de Taiwan e chinesas, serão os primeiros grupos a surgir”, acrescenta Chris Ludeman.
O ano passado registou progressos em vários mercados relativamente à liberalização do investimento externo no setor dos seguros. Em outubro de 2012, a Comissão Reguladora de Seguros da China (CIRC) diminuiu as restrições ao investimento no estrangeiro realizado por companhias de seguros domésticas. As seguradoras chinesas estão agora autorizadas a investir em imóveis comerciais nas principais capitais de investimento de 45 países designados. Em Taiwan, as discussões quanto a permitir as companhias de seguros domésticas investir em imobiliário offshore são contínuas.
Marc Giuffrida, Executive Director do Departamento de Global Capital Markets da CBRE, comenta: “Verificamos uma aceleração nos níveis de pedidos de informação e fecho de negócios em todos os mercados das principais capitais de investimento. Inicialmente, prestámos consultoria a um conjunto de grandes fundos soberanos e de pensões e estes pioneiros começaram agora a colher dos seus ativos de 2009. O mercado viu como obtiveram êxito protegendo o capital e ultrapassando as suas taxas mínimas de rendibilidade. Estes resultados positivos fornecem aos mais cautelosos ou céticos, provas concretas e confiança de que o imobiliário global pode acrescentar valor e, principalmente, é acessível”.
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