24 maio 2013

Rendas e yields prime estáveis no primeiro trimestre de 2013


Embora os fracos indicadores económicos de grande parte da Europa continuem a afectar a actividade do mercado, o estudo trimestral de rendas e yields (taxas de capitalização) da CBRE para o primeiro trimestre de 2013 mostrou um elevado nível de resiliência no segmento prime do mercado imobiliário.
Segundo a consultora, a característica mais notória do estudo deste trimestre foi a incidência considerável de melhorias nas yields, com 20 mercados de escritórios e retail a registar yields prime com descidas acentuadas. 

Os exemplos incluem o mercado de escritórios da City de Londres e o mercado de retail do West End, que reflectiram a contínua atracção de Londres como destino de investimento, bem como outros mercados principais de escritórios, incluindo Dublin, Genebra e Praga.

Consequentemente, tal como no quarto trimestre de 2012, as yields dos mercados de escritórios e de retail para a Europa Ocidental (UE-15) em termos totais caíram ligeiramente. Já as yields para o imobiliário industrial registaram subidas marginais, de quatro pontos base (p.b.), essencialmente devido ao desvio das yields em Madrid, apesar das melhorias significativas em Dublin e Birmingham.

Considerando o estudo do primeiro trimestre de 2013 em termos totais, registaram-se mais localizações com acréscimos dos valores das rendas do que com decréscimos, mas o panorama predominante foi de estabilidade.

De acordo com CBRE, as rendas subiram no sector de retail prime, mantiveram-se niveladas no mercado de escritórios e desceram ligeiramente no sector industrial. Refira-se que o Índice das Rendas Prime de Retail para a zona UE-15 está neste momento praticamente 7% mais alto do que há um ano. A ligeira subida em termos trimestrais no Índice das Rendas de Retail para a zona UE-15 foi em larga medida sustentada pelo crescimento em vários mercados alemães, em particular Hamburgo. No sector de escritórios, o crescimento das rendas em vários mercados do norte da Europa, incluindo Berlim, Oslo e o West End de Londres, contrastou com novas quedas em Madrid, Barcelona e Milão. Poucos destinos industriais registaram alterações nos valores das rendas.

Em Portugal, continua a consultora, no primeiro trimestre do ano verificou-se um aumento no nível de confiança dos investidores estrangeiros no mercado nacional e consequentemente no interesse pelos activos imobiliários comerciais. Após sucessivos aumentos nos períodos anteriores, não se registaram alterações nas taxas de capitalização neste trimestre.

Apesar dos reduzidos níveis de ocupação na generalidade dos sectores, segundo a CBRE, as rendas prime mantiveram-se estáveis em todos os segmentos de mercado com excepção do comércio de rua de Lisboa, onde a escassez de imóveis disponíveis e o bom desempenho das unidades comerciais localizadas na Av. Liberdade e na Rua Garrett contribuiu para uma pressão em alta sobre o valor das rendas. As rendas desta localização tiveram um aumento de 6%, chegando agora aos 90€/m2/mês.

Cristina Arouca, Directora do Departamento de Research e Consultoria da CBRE, comenta “Apesar do princípio do ano ter começado com um aumento dos níveis de confiança, esses índices ainda não se traduziram num efectivo aumento no volume de operações imobiliárias. Tanto a maioria das rendas prime, com excepção das rendas do comércio de rua prime em Lisboa, como as yields mantiveram-se estáveis revelando o momento de impasse em que vivemos. Os tradicionais fundos institucionais deverão manter uma posição de prudência face ao nosso mercado e em 2013 os compradores mais activos deverão continuar a ser investidores privados, family offices e investidores especializados, que procuram boas oportunidades. Não se esperam mais alterações significativas nas rendas prime, com excepção das zonas e segmentos com maior taxa de disponibilidade”.

Relativamente à situação europeia, Richard Holberton, Director do departamento de Research da região EMEA da CBRE, comenta: “Registou-se uma retoma de actividade de investimento imobiliário na Europa durante o primeiro trimestre face ao período homólogo do ano passado e a concentração dos investidores em mercados e activos core está claramente a gerar melhorias nas yields do segmento prime do mercado, em algumas localizações. No primeiro trimestre, as alterações nas rendas foram mais limitadas e divididas de forma equitativa entre acréscimos e decréscimos. Isto reflete o panorama económico de continuada incerteza com vários decréscimos dos valores das rendas a registarem-se em mercados do sul da Europa. Em contrapartida, a subida de praticamente 7% nas rendas prime do sector de retail durante o ano passado reflete ainda a concentração do interesse dos retalhistas nas melhores localizações prime de retail”.

De acordo com o estudo da CBRE, as yields de escritórios na Europa caíram ligeiramente durante o primeiro trimestre de 2013. O Índice de Yields do Mercado de Escritórios Prime da CBRE para a zona UE-15 caiu três p.b. durante o trimestre e encontra-se agora no mesmo nível de há um ano. Dez dos 53 mercados em análise registaram movimentos descendentes das yields, 43 mantiveram-se inalterados e nenhum registou subidas. São Petersburgo registou redução das yields em 50 p.b., enquanto vários outros mercados caíram 25 p.b., incluindo Dublin, Praga e a City de Londres.

As yields de retalho também caíram no primeiro trimestre de 2013, com o Índice de Yields do Mercado de Retalho Prime da CBRE para a zona UE-15 a cair ligeiramente acima de cinco p.b., ficando 11 p.b. abaixo dos níveis de há um ano. As yields subiram nos quatro mercados dos Países Baixos, com uma subida de dez p.b. em Amesterdão e Roterdão, e caíram em dez destinos, mais marcadamente em São Petersburgo (decréscimo de 50 p.b.), com notórias reduções de 25 p.b. registadas em Dublin e no West End de Londres. Trinta e cinco mercados mantiveram-se inalterados.

Quanto às yields industriais, as mesmas subiram quatros p.b., com o Índice de Yields do Mercado Industrial Prime da CBRE para a zona UE-15 a alcançar 7,79% no final do primeiro trimestre de 2013. As yields caíram em três dos 43 mercados: São Petersburgo, Dublin e Birmingham; e subiram em quatro, com Madrid, Bucareste e Budapeste a registar acréscimos de 25 p.b.. As restantes 36 localizações não registaram qualquer variação.

Quanto às rendas de escritórios prime na Europa, mantiveram-se inalteradas no primeiro trimestre de 2013 e o mesmo é válido em termos anuais. Durante o trimestre, oito dos 53 mercados em análise registaram subidas nas rendas prime, 41 mantiveram-se inalterados e quatro caíram de valor. A maior subida verificou-se em Istambul (4,7%), com Dublin também a registar uma subida superior a 3,5%. A queda mais acentuada registou-se em Bucareste, que desceu 2,7% durante o trimestre.

As rendas prime no sector de retail aumentaram 2% no primeiro trimestre de 2013, colocando o Índice de Rendas do Mercado de Retail Prime da CBRE para a zona UE-15 6,8% acima da posição que ocupava há um ano. Nove dos 49 mercados em análise registaram subidas, 37 permaneceram inalterados e três caíram de valor. A maior subida no trimestre verificou-se em Hamburgo (12%), tendo-se registado subidas significativas também em Dusseldorf e Lisboa. A redução mais acentuada registou-se em Belfast, que desceu 16,7% durante o trimestre.

Já as rendas industriais da Europa caíram marginalmente no primeiro trimestre de 2013, com o Índice de Rendas do Mercado Industrial da CBRE para a zona UE-15 a cair ligeiramente acima de 1% no trimestre e 2% em termos anuais. Nos diferentes mercados em análise, as rendas mantiveram-se predominantemente estáveis, com apenas Amesterdão a registar uma subida (5,9%) e quatro localizações com descidas, sendo as mais substanciais Milão e Roma, ambas com descidas superiores a 3%. Os restantes 38 mercados mantiveram-se inalterados.

Fonte: Construir

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.