13 novembro 2013

Construção de casas novas recua. Em 2015 só se vão fazer nove mil


A construção de casas novas está a cair sucessivamente todos os anos desde 2005 e ainda não parou. Segundo as estimativas do INE e do Euroconstruct estima-se que, em 2015, seja concluídas apenas nove mil casas novas.
A verificar-se estas perspectivas, que constam de um estudo sobre o parque habitacional português elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta situação representará uma quebra de quase 87% face a 2006, ano em que se construíram 69,1 mil alojamentos.

Em contrapartida, verificou-se um aumento das obras de reabilitação, pela falta de liquidez e pela falta de escoamento de casas para vender, mas ainda não suficientemente expressivo, disse António Vilhena, um dos responsáveis do LNEC envolvido no estudo e que esta manhã esteve numa conferência sobre habitação e reabilitação em Portugal.

Segundo este responsável, o maior salto na reabilitação deu-se de 2002 para 2003, passando das três mil obras concluídas para as seis mil, mas desde então que essa tem sido a média nacional.

"Há menos construção, mas a reabilitação é limitada e ainda não se está a fazer o adequado reencaminhamento da mão de obra perdida na construção para a reabilitação", acrescentou, ressalvando que não há dúvidas de que esse deveria ser o caminho e uma das formas de salvação do setor da construção. 

Não só porque continuam a haver casas a mais para o atual número de famílias portuguesas como há cerca de um milhão de casas a precisar de obras de reabiltação, na sua maioria pequenas intervenções.

Segundo os dados do INE relativos aos censos, em 2011 havia 5,9 milhões de casas e apenas quatro milhões de famílias o que significa 1,9 milhões de casas a mais ou 1,45 alojamentos por família.

Outro indicador aponta para que em 58 dos 308 municípios do país há o dobro das casas para as famílias existentes. No Porto, por exemplo, há mil edifícios por km2 quando a média nacional é de 38 edifícios por km2. Além disso, há cerca de 135 mil famílias a viver em casas degradadas ou em barracas e 275 mil casas vagas que as podiam acolher, ou seja, mais do dobro. 

Fonte: Dinheiro Vivo

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