Nos últimos dois anos, o negócio das mediadoras imobiliárias concentrou-se mais nos arrendamentos e menos na venda de casas, porque os bancos não estavam a fazer novos créditos à habitação. Mas na Remax essa tendência está a começar a alterar-se.
Nos primeiros nove meses do ano, a empresa fez 14 446 transações, mais 16% do que no período homólogo. Destas, 6159 foram vendas, ou seja, mais 24% do que no mesmo período do ano passado. E arrendamentos foram 8287 transações, uma subida de apenas 10%.
“O arrendamento pesava 60% do volume de negócios da empresa em 2012, mas agora já desceu um pouquinho e está nos 50%, ou seja, as vendas e os arrendamentos já pesam o mesmo”, adiantou ao Dinheiro Vivo a presidente executiva da Remax, Beatriz Rubio.
Em consequência, e porque as comissões que se fazem nas vendas são maiores do que as dos arrendamentos, a Remax viu os receitas crescer 25% até setembro deste ano. É por isso que, já contando com os dados de outubro e com as perspetivas para novembro e dezembro, Beatriz Rubio antecipa que “2013 vai ser um ano mesmo muito bom. Aliás, se tudo correr bem, conseguiremos que seja o segundo melhor da Remax nos 13 anos em Portugal”. Contudo, a CEO da mediadora é cautelosa. “Acho que ainda é cedo para falar em retoma económica. Não sou assim tão otimista.”
Casas da banca e de luxo ajudam
As receitas da Remax cresceram porque a empresa aumentou as vendas, mas também ajudou que parte delas fossem imóveis de luxo. Aliás, houve mesmo um crescimento deste tipo de habitações. “Em transações crescemos 120% e em valor das casas crescemos 106%. Foi, sem dúvida, uma das razões para o aumento da faturação”, adiantou Beatriz Rubio. Mas, ressalva, não foi tudo devido ao gold visa e aos chineses.
“Vendemos cerca de 150 casas no âmbito do gold visa, mais umas 20 casas a investidores suecos e umas 30 a holandeses, como resultado de feiras a que fomos para promover Portugal. O resto foram vendas a portugueses, que aproveitaram o facto de as casas de luxo estarem mais baratas. Tínhamos casas de um milhão que custaram 750 mil euros e outras de 1,5 milhões que vendemos por um milhão”, contou Beatriz Rubio.
Mas a estratégia da Remax não são só o luxo ou os golden visa. “O que nos dá futuro são os arrendamentos, mas principalmente os imóveis da banca.” Também elas contribuíram para o aumento das receitas, não pelo valor - porque têm preços mais baixos - mas pelo volume. “Temos vendido muitas casas da banca. Não só são mais baratas como têm financiamento 100% garantido e chegámos a vender 600 imóveis num mês”, disse.
Preços não podem descer mais
Apesar de dizer que ainda é cedo para falar em retoma, a CEO da Remax não vê o mercado a descer mais. “Os preços das casas não podem baixar mais. Já baixaram o mais possível e há pessoas a perder dinheiro, mas só porque a alternativa é perder a casa”, conta. É por isso que, acrescenta, “digo aos amigos que “se tiverem dinheiro comprem, porque se esperarem alguns anos pela retoma as casas vão valorizar. É preciso é ter paciência para esperar”, remata.
Fonte: Dinheiro Vivo
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