29 dezembro 2013

Investimento imobiliário "core" em Portugal


As rendibilidades que hoje são oferecidos em Portugal situam-se acima dos 7,5%, apresentando-se relativamente atrativas quando comparadas com outras cidades. 
Ultrapassado, pelo menos parcialmente, que parece estar o estigma do risco País por parte de algumas casas de investimento imobiliário europeias, o mercado português apresenta um conjunto de características que reúnem os requisitos que fazem normalmente os investidores passarem das suas intenções de investimento à concretização das mesmas. 

Nos últimos anos, por força das circunstâncias, assistiu-se a uma significativa redução dos níveis de actividade dos segmentos de mercado imobiliário, a que o mercado de escritórios não conseguiu escapar e que no seu caso particular se caracterizou numa redução nos níveis de actividade de 150.000 m2, média de 1998 a 2008, para níveis médios que nos últimos três anos não ultrapassaram os 100.000 m2 e de preços superior a 40% nalgumas das zonas do mercado. 

Na conjuntura vivida nos últimos anos os investidores, maioritariamente nacionais, afastaram-se do mercado e aqueles que se mantiveram foram exigindo rendibilidades mais altas para a colocação da sua limitada liquidez. 

As rendibilidades que hoje são oferecidas em Portugal situam-se acima dos 7,5%, apresentando-se relativamente atractivas quando comparadas com outras cidades que estão normalmente sobre o radar dos investidores na plataforma europeia: Londres, Paris e as mais próximas Madrid e Barcelona. Todavia, não iremos assistir a um regresso em força dos "investidores core", não por falta de interesse ou de disponibilidade para investir no nosso País, mas mais pela ausência de produtos que se encaixem nos seus requisitos, dos quais se destacam: localização, volume, maturidade dos contratos de arrendamento, rating do arrendatário. 

Esta situação decorre do fraco desempenho do mercado de escritórios nos últimos anos, que não permitiu formatar produtos que se enquadrem no perfil do pretendido pelos "investidores core", situação que é igualmente vivida na nossa vizinha Espanha. 

Resta-nos esperar que o mercado de escritórios venha a apresentar níveis de crescimento e recuperação da atividade.

Por Paulo Silva, Diretor Geral da Aguirre Newman

Fonte: Magazine Imobiliário

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