A reabilitação urbana abre, para nós, duas perspetivas muito interessantes. Por um lado, a que envolve os cidadãos, a cidade, desvenda memórias, patrimónios, história , dá brilho ao que é nosso, ao que é português, e ao que é autêntico e isto obviamente tem todo o relevo também para o turismo.
Em segundo lugar, permite impulsos de criatividade e de inovação, estimula a imaginação: como aproveitar e viver “velhos/novos” espaços, recriar cenários, dar vida e versatilidade aos espaços que estavam desaproveitados ou com outro uso.
Este impulso, este “boost” de criatividade é também francamente interessante: faz-se inovação com o que já temos. Além de abrir estas duas perspectivas, a reabilitação urbana coloca-nos a todos – ou pelo menos a quem vive a “urbe” e que tem muito ver também com o tema do nosso último Congresso anual – um desafio, que é o de trabalhar em rede.
Articular intervenções, ter um projeto, uma estratégia, um modelo de governação de como se fazem e cruzam intervenções no tempo e no espaço, para que haja uma verdadeira lógica de reabilitação e um correto planeamento, sobretudo fundamental para o turismo. Isto para que das iniciativas surjam programas que possam depois, de facto, ser visitáveis e interessem diretamente a uma utilização/fruição turística.
Quanto à Semana da Reabilitação Urbana, é uma concentração, mais uma vez, no tempo e no espaço, de tudo quanto se desenvolve à volta dos programas e projetos de reabilitação urbana e que, como sabemos, são muitos. Portanto, tendo por quadro de fundo o que referi anteriormente, ou seja a reabilitação serve essencialmente para envolver os cidadãos na cidade, esta iniciativa é uma forma de ter, num espaço em festa, tudo o que é a memória, a história, o património de uma cidade, disponível, visitável, e dar este impulso a nova vida, a nova criatividade, a inovação, a recriar cenários.
Por Cristina Siza Vieira, Presidente AHP
Fonte: VI
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