26 janeiro 2014

Super-ricos incansáveis a comprar casas


Desde o início da crise, os super-ricos têm vindo a ganhar maior peso no investimento imobiliário à escala mundial. Chamar-lhes ricos é claramente um eufemismo. São super-ricos e, segundo um estudo internacional recentemente publicado pela Business Insider, a preponderância deste clube restrito de 200 mil cidadãos com capitais disponíveis de valor igual ou superior a 30 milhões de dólares (cerca de €22 milhões) no mercado imobiliário global é cada vez mais maior. 

O estudo, intitulado "Around The Worid In Dollars And Cents", realizado pela consultora internacional Savills, em associação com a Wealth-X (empresa que compila dados sobre os ultrarricos de todo o mundo), esclarece que a tendência expansionista no mercado imobiliário por parte deste grupo - que inclui fundos soberanos, empresas de gestão de fortunas, private banking e family offices - se acentuou desde o início da crise mundial, em 2008, tomando o espaço deixado vago pela retração da banca comercial. 

Além desta vertente, o trabalho em questão também se debruçou sobre as viagens pelo mundo feitas pelo dinheiro dos super ricos quando chega a hora de investir no imobiliário de luxo. Os destinos apontam para preferências bem distintas, embora se constate, afinal, que a grande maioria (92%) prefere não se afastar muito "de casa", regionalmente falando.

Neste aspeto, aliás, os norte-americanos revelam-se extremamente caseiros, com cerca de 99% dos investimentos em imobiliário de luxo naquele país a serem realizados pelos próprios nacionais. Pelo contrário, aproximadamente 44% dos super-ricos que investem neste sector em África são de fora desta região, o mesmo sucedendo com 66% na América Latina.

Os latino-americanos englobados nesta categoria gostam de comprar nos Estados Unidos, mas também olham com especial interesse para as mais próximas Caraíbas. Os asiáticos ficam-se, sobretudo, por Singapura e Hong-Kong.

Já os europeus são assumidamente diversificados: resorts nas Caraíbas e no Extremo Oriente, várias zonas dos Estados Unidos e Canadá.

Londres é a cidade desejada no luxo

A cidade de Londres, por outro lado, tem o condão de congregar a procura de quase todos os cantos do mundo, entre aqueles que decidem ir mais longe de casa para comprar imobiliário de luxo. 

Em termos gerais, de salientar, ainda, que os europeus e os asiáticos pertencentes a esta gama de investidores detêm, com larga diferença para os demais, a grande fatia de todo o imobiliário privado em termos de valor (quase 80%); os primeiros têm 31% da sua riqueza investida neste sector, enquanto os segundos dedicam-lhe 27% do seu capital (cerca de 4,2 triliões de dólares, um pouco mais de €3 biliões, em conjunto). 

Segundo o estudo agora divulgado, cerca de um quinto da riqueza deste clube à parte entre os 7,2 biliões de seres humanos no Planeta é investido no mercado imobiliário. O que não é fatia pequena: o valor acumulado dos ativos deste grupo ascende a 27,8 triliões de dólares (cerca de €20 biliões). As estimativas apontam para que o pecúlio atinja cerca de 40 triliões de dólares (€29 biliões) em 2020. 

Na verdade, os super-ricos têm estado incansáveis a comprar. Aquisições de luxo, claro. O que se reflete no panorama global da distribuição da propriedade do imobiliário. 

A consultora Savills estima que o valor deste mercado, a nível mundial, esteja situado nos 180 triliões de dólares (€131 biliões), sendo que cerca de 3% deste montante global - isto é, à volta de 5,3 triliões de dólares (€3,8 biliões) - estão na posse desta franja de 0,003% da população mundial que tem bens imobiliários no valor médio de 26,5 milhões de dólares (um pouco mais de €19 milhões) cada um. 

Poder-se-á pensar que 3% nem é assim tanto. Mas esta percentagem sobe bastante contando apenas os produtos imobiliários, passíveis de investimento, e que, portanto, são comercializados regularmente, e que totalizam cerca de 70 triliões de dólares (€51,3 biliões).

O que tem feito toda a diferença. Reportando-se a 2012, a Savills calcula que cerca de 35% dos negócios globais de valor acima de 10 milhões de dólares só foram possíveis graças a este tipo de financiamento.

Fonte: Expresso

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