Um investidor chinês, cujo nome não foi possível apurar, vai aplicar 20 a 25 milhões de euros na reabilitação de três edifícios no centro de Lisboa e transformá-los em casas de luxo. Os prédios foram comprados no ano passado, por 13,6 milhões de euros, e já estão em desenvolvimento, estimando-se que fiquem concluídos até ao final de 2015.
Dois deles - os números 5 e 7 da Rua Braamcamp, junto ao Marquês de Pombal - foram comprados à Estamo, a empresa que gere os edifícios do Estado, por 9 milhões de euros, e quem passa na rua já pode ver no número 5, mesmo ao lado das instalações do Bank of China, uma tela branca gigante a anunciar o projeto. A arquitetura, que está a cargo da Aguirre Newman, está a ser afinada, mas tudo indica que serão maioritariamente casas de pequena tipologia, ou seja, adequadas à procura na zona. Além disso, os preços podem ir até aos 5 mil euros por metro quadrado, os valores mais comuns nesta localização.
O terceiro imóvel fica na Rua Pinheiro Chagas, nas Avenidas Novas, e era um antigo tribunal e edifício de escritórios que será também transformado em casas. A operação, que foi igualmente mediada pela consultora imobiliária Aguirre Newman, custou 3,6 milhões de euros e o projeto de arquitetura já está a ser desenvolvido. Contudo, em nenhum dos três prédios haverá elementos orientais.
“Os chineses que vêm para Portugal não querem implementar a sua cultura, mas sim absorver a cultura ocidental e fazer casas dentro dos nossos padrões. Só intervêm, como aliás qualquer outro investidor, na escolha dos acabamentos e no fracionamento das casas”, explicou a sócia gestora da Aguirre Newman, Patrícia de Melo e Liz. Para o diretor-geral da consultora, Paulo Silva, a vinda deste tipo de investidores - que já não procuram só casas de 500 mil euros para terem vistos gold - é muito positiva. “Estes edifícios estavam vazios há três ou quatro anos e agora vão ser recuperados”, adiantou esta semana na apresentação das contas de 2013.
Aliás, de acordo com as principais consultoras imobiliárias em Portugal, os chineses já estão também à procura de ativos dos quais recebam rendas, como lojas, restaurantes, parques de estacionamento ou de bombas de gasolina. Foi por isso que compraram, por exemplo, os espaços do restaurante Belcanto ou do Continente de Entrecampos. Além disso, estão também à procura de vinhas e olivais “a uma ou duas horas de Lisboa”, contou Paulo Silva.
Fonte: Dinheiro Vivo
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