Já são conhecidos os vencedores do Prémio IHRU de Reabilitação Urbana, que assinala 25 anos. Lisboa, Évora, Porto, Coimbra, Famalicão e Lugar de Felgueira acolhem os projetos distinguidos.
Foram ontem anunciados os vencedores do 25º Prémio IHRU de Reabilitação Urbana, uma iniciativa que é promovida pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) desde 1989 com o objetivo de valorizar a qualidade e as boas práticas na reabilitação urbana, bem como assegurar que os cidadãos possam interessar-se pela preservação e revitalização do património habitacional e das áreas urbanas. A cerimónia teve lugar no Palácio da Foz, em Lisboa, e foi presidida por Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, que tem vindo a frisar a importância da reabilitação urbana como área estratégica para a revitalização do território e também da economia.
De facto, ainda recentemente, o Ministro revelou, em declarações à Lusa, que “em breve será apresentado um pacote de diplomas para simplificar o regime de reabilitação urbana”.
Este ano, o galardão do IHRU recebeu um total de 28 candidaturas, tendo sido entregues prémios em quatro categorias, além de duas menções honrosas. Lisboa, Évora, Coimbra e Lugar de Felgueira (concelho de Vale de Cambra, distrito de Aveiro) acolhem os projetos vencedores do Prémio IHRU de Reabilitação Urbana 2013, que reconhecem as melhores reabilitações realizadas em edifícios, conjuntos urbanos, espaços públicos e áreas de reabilitação urbana. Já as menções honrosas foram atribuídas a projetos realizados no Porto e em Famalicão. Entre os vencedores, a diversidade também é a nota, com iniciativas promovidas por privados, por autarquias e por instituições de ensino.
Os vencedores foram decididos por um júri presidido pelo arquiteto Souto Moura, contando ainda com a participação de representantes do IHRU, da Ordem dos Arquitetos, da Associação Portuguesa de Arquitetos Paisagistas, da Ordem dos Engenheiros e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Centro e Norte destacam-se
Na categoria de “Reabilitação de Edifício”, o vencedor do Prémio IHRU 2013 foi o projeto de reabilitação da “Casa de Campo” de Vasco e Marta Tavares, que recuperaram uma habitação para Turismo no Espaço Rural, no Lugar de Felgueira (concelho de Vale de Cambra, distrito de Aveiro). De acordo com o Júri, em informação revelada ao Público Imobiliário, este projeto envolvia obras de reabilitação bastante difíceis, pois “era o tipo de edifício que já se tinha tornado invulgar para as características construtivas e padrões arquitetónicas atuais”.
Mas o projeto “conseguiu recuperar o caráter do edifício, através da exclusão de todos os volumes e elementos descaracterizadores e através do recurso ao desenho do detalhe baseado no existente”, destacando-se ainda que é uma reabilitação “arquitetonicamente bem resolvida e com indiscutível melhoria no desempenho energético”.
Nesta categoria, a menção honrosa foi atribuída ao projeto de recuperação de uma moradia unifamiliar na Rua do Bonjardim, nº953, no Porto. Promovido por António Henrique Ribeiro Gomes, este projeto foi considerado pelo Júri como “a intervenção de reabilitação mais completa, no ponto de vista estrutural e de segurança e que melhor se enquadra nos conceitos de reabilitação de edifícios, no que diz respeito à salvaguarda do património existente”.
Também no Centro, Coimbra recebeu o prémio IHRU 2013 para a melhor “Área de Reabilitação Urbana”, sendo premiada a ARU de Coimbra Alta, gerida pela Câmara Municipal de Coimbra. Esta área de reabilitação urbana abrange cerca de 12 hectares e 400 edifícios, sendo limitada pela área do Centro Histórico, embora excluindo a zona ocupada pela conjunto da Universidade de Coimbra, de forma a assegurar uma área mais coerente em termos de gestão do território.
Ainda a Norte, a autarquia de Famalicão foi distinguida com uma menção honrosa na categoria de “Reabilitação do Espaço Público”, com o projeto de reabilitação do conjunto urbano da Devesa, que integra a requalificação da Avenida do Brasil, da Rua Fernando Mesquita (1ª fase), do espaço público a Sul das Lameiras e da Rua Henriques Nogueira. De acordo com o júri, esta “intervenção do Parque da Devesa teve uma solução de simplicidade na resolução dos problemas”, tendo sido bastante elogiado enquanto parque ecológico e “com importante elemento de vitalização urbana”.
Câmara de Lisboa e Universidade de Évora arrecadam dois prémios
A autarquia de Lisboa, com o projeto de revitalização do espaço público da Mouraria, venceu na categoria de “Reabilitação do Espaço Público”, o qual o júri considerou ter sido recuperado de “forma integrada, introduzindo melhorias significativas de acessibilidade, de infraestruturas e funcionais”, destacando ainda a simplicidade de materiais e cores em intervenções com elevado grau de complexidade.
Relembre-se que a intervenção urbana na Mouraria foi um dos projetos emblemáticos da autarquia alfacinha, e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, transferiu em 2011, e por um período de cerca de dois anos, o seu gabinete para o Largo do Intendente, uma das zonas deste bairro muito ligada à prostituição e consumo de droga, como forma de ”credibilizar a intervenção no bairro da Mouraria”.
Na categoria de “Reabilitação de Conjunto Urbano, o melhor projeto foi a Fábrica dos Leões, localizada na Estrada dos Leões, em Évora, e promovido pela Reitoria da Universidade de Évora. Na antiga Fábrica de Massas Leões, que integrava silos de cereais entre outras especificidades estruturais, nasceu o complexo de Artes e Arquitetura da Universidade de Évora. De acordo com o júri, “foi meritório o resultado revelado pela capacidade da equipa técnica de encontrar soluções para um conjunto daquela dimensão e complexidade, com limite de custos e obra tão reduzido”. Considerou-se ainda, como “muito adequada, embora simples, nas soluções arquitetónica e construtiva adotadas face à finalidade de uso”.
Fonte: Público
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.