03 fevereiro 2014

Venda de casas cai 20% mas grandes imobiliárias têm melhor ano


No ano passado, venderam-se 96 mil casas em Portugal, menos 20% que no ano anterior, mas para as maiores mediadoras imobiliárias a operar no país - Remax, Era e Century 21 - o ano de 2013 foi dos melhores de sempre, com mais operações de vendas, mais arrendamentos e comissões mais altas.

Só a Century 21 vendeu 5200 casas em 2013 e mediou 4996 arrendamentos, atingindo uma faturação de 11,5 milhões de euros. É um crescimento de 14% face a 2012 e representou mesmo o melhor ano de sempre desde que a empresa está em Portugal. E na Remax, dos 20 mil negócios mediados, 8760 foram vendas e 11240 foram arrendamentos, originando uma faturação de 1,1 mil milhões de euros, neste caso, a segunda melhor marcas de sempre. Por fim, na Era, apesar de só hoje serem revelados os resultados de 2013, os valores estão também “muito perto do segundo melhor ano”, disse ao DN/Dinheiro Vivo, o diretor-geral, Miguel Poisson.

A explicar esta contradição do mercado está o facto de, nos últimos dois anos, terem encerrado muitas pequenas imobiliárias cujo negócio foi transferido para as maiores empresas, com grandes redes de lojas e uma abrangência nacional e internacional, como é o caso destas três.

Além disso, explica Luís Lima, presidente da APEMIP, associação dos mediadores, ajuda também as vendas das casas dos bancos. É que não só há mais imóveis destes para venda - depois de um grande aumento da dação por falta de pagamento em 2011 e 2012 -, como a banca recorre agora mais a mediadoras para os vender. Na Era, por exemplo, “mais que duplicaram as vendas de imóveis da banca em 2013” e na Century 21 foram feitas parcerias com os principais bancos e criadas equipas especializadas.

Mas há ainda outras razões para estes resultados. É o caso do aumento das vendas a investidores estrangeiros que querem ter acesso ao visto gold e que, por isso, compram casas acima dos 500 mil euros que dão maiores comissões, logo, uma maior facturação.

Na Remax, por exemplo, as vendas a compradores estrangeiros, “em especial a cidadãos provenientes da China”, representaram cerca de 11% da faturação da rede. E esta tendência é para continuar, garante Luís Lima. “O ano passado foram mais de 300 milhões em vistos gold e para este ano prevejo 600 milhões de investimento estrangeiro”.

Outra razão para os bons resultados das grandes mediadoras foi o “aumento da procura de pequenos investidores que compram para arrendar”, disse o administrador da Century 21Portugal, Ricardo Sousa. E ainda “um claro aumento da confiança dos portugueses que começam agora a aplicar as suas poupanças no imobiliário em vez de nos bancos”, acrescenta Luís Lima.

Esta tendência começou a verificar-se a partir do terceiro trimestre de 2013 - porque “o primeiro foi muito mau” - e tem estado a crescer de tal forma que o presidente da APEMIP está “convencidíssimo que se vão vender mais casas este ano”, até porque a procura subiu 20% a 30% só em janeiro. 

Fonte: Dinheiro Vivo

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