A actividade do mercado imobiliário no ano que passou e indicadores económicos que mostram um País mais e melhor preparado para o futuro, permite-nos lançar o ano que agora chegou com bastante otimismo. Os volumes transacionados no imobiliário de investimento comercial, próximo do acumulado nos dois anos anteriores, e os volumes alcançados com o programa de Autorização de Residência através de Investimento em Portugal (ARI - Golden Visa), são importantes indicadores de retoma para um sector que nos últimos anos sobreviveu com volumes de investimento tímidos e muito preocupantes.
Os Golden Visa vão continuar o atuar em Portugal, mantendo o foco em ativos residenciais e de origem, maioritariamente, chinesa. Também os benefícios fiscais para residentes não habituais deverão continuar a atrair, para o mesmo segmento de mercado, investidores estrangeiros europeus, nomeadamente franceses e escandinavos.
Esta nova dinâmica no mercado permitiu desalavancar muitos projetos que estavam dependentes da procura interna sem acesso a financiamento, revitalizando muitos promotores imobiliários e dando um importante contributo para a reabilitação urbana das cidades, em particular Lisboa, devido, não só a estes programas, como também ao aumento dos turistas e da procura de apartamentos turísticos.
Se muitos vezes a discussão sobre esta nova procura deriva para matérias sociológicas e fiscais, importa destacar a capacidade de Portugal captar o interesse destes novos investidores pelas características intrínsecas do nosso País - a nossa história, a nosso cultura, a nossa gastronomia, o nosso clima e a segurança e beleza do nosso País.
Hoje, Portugal é visto não só como uma entrada no espaço Schengen ou um instrumento de eficiência fiscal, mas um local onde muitos consideram gozar as suas férias e/ou mesmo residir com as suas famílias. Importa aprender com os erros do passado, construindo o futuro com equações sustentáveis, concertando estratégias com parceiros certos com retornos a médio/longo prazo, para que o sucesso do imobiliário não fique dependente de bolhas de capitais criadas pela pressão da liquidez do mercado institucional.
Temos que aproveitar este momento para mudar o nosso fado, deixar de acreditar em milagres e aproveitar para marcar golos, porque, para muitos, Portugal ... it's all about Fun, Food and Famililiy!
Por Fernando Ferreira, Diretor de Capital Markets da John Long LaSalle
Fonte: Magazine Imobiliário
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