A consultora Prime Yield MZ lançou a 4ª edição do estudo "Mercado Imobiliário Moçambique" durante a Tektónica Moçambique, que decorreu até ao início de março.
Os elevados níveis de procura de produtos habitacionais e de espaços de escritórios em Maputo serão um dos motores para o dinamismo do mercado imobiliário de Moçambique este ano, revela a Prime Yield MZ no seu mais recente estudo "Mercado Imobiliário Moçambique" - 2014.
O turismo, especialmente na componente de imobiliário hoteleiro, deverá também mostrar-se ativo este ano, com o surgimento de novos projetos, nota este estudo, que analisa o mercado nas áreas de habitação, escritórios, turismo e retalho.
Por outro lado, este último segmento será o menos dinâmico em termos de nova oferta, não estando prevista a inauguração ou desenvolvimento de nenhum projeto nesta área, concretamente no que respeita à promoção de conjuntos comerciais integrados, como centros comerciais ou retail parks.
As perspetivas para a evolução do mercado imobiliário moçambicano continuam a ser marcadas pelo otimismo, com todos os segmentos a apresentarem um enorme potencial de crescimento futuro, dado que, além de diversos outros indicadores positivos, continua a existir, de forma transversal, um enorme desequilíbrio entre a oferta existente e as necessidades da procura, o que abre oportunidades de investimento diversificadas, quer em termos setoriais, quer geográficos.
Bruno Carvalho, diretor da Prime Yield MZ, explica que "o mercado imobiliário de Moçambique continua a exibir um enorme potencial de crescimento para os próximos anos em todos os segmentos, baseado na conjugação de variáveis como o aumento do poder de compra da classe média, a chegada de expatriados e consequente procura de produtos imobiliários; uma procura atualmente superior à oferta; a garantia de margens de rentabilidade significativas e os projetos estruturantes previstos".
E acrescenta: "E este potencial é diversificado também a nível geográfico, pois apesar de os principais investimentos imobiliários estarem ainda concentrados em Maputo, com o aumento do investimento e a aposta na melhoria das infraestruturas (como acessibilidades e meios de transporte), outras zonas começaram a ser alvo de interesse para o investimento imobiliário e a sua atratividade tenderá a crescer.
Atualmente existem oportunidades também muito apelativas em regiões como Inhassoro, que está a consolidar-se como destino turístico; ou como Tete e Pemba, que são destinos de negócios, que para além de hotelaria carecem ainda de habitação, sobretudo com características que permitam servir um público mais empresarial".
O mercado de habitação de Maputo acolheu, em 2013, diversos novos projetos e muitos outros deverão ficar concluídos este ano, que marcará também o arranque de novas promoções nesta área, especialmente no Bairro Central C.
A absorção dos produtos que vão sendo colocados no mercado é quase imediata, dado que, nos últimos três anos, a procura de habitação na capital disparou, sem encontrar, contudo, resposta adequada às necessidades da sua franja mais expressiva, nomeadamente a classe média.
De acordo com este estudo, a oferta a curto e médio prazo deverá manter-se desajustada às características desta nova procura, pois predominam os produtos direcionados à classe média-alta e só dentro de 5 a 10 anos este ciclo deverá estar em inversão, com o surgimento de projetos estruturantes que irão incluir habitação para os mercados de renda média e baixa.
Por agora, num mercado onde o arrendamento continua a ser a opção dominante, os valores médios de venda de habitação na zona prime de Maputo (Avenida Julius Nyerere) fixam-se em 3120 dólares/m2.
Nos escritórios, os níveis de atividade continuam também dinâmicos e deverão manter-se elevados, impulsionados por uma economia forte, que combina uma crescente confiança do investimento estrangeiro no país e a qualificação do tecido empresarial moçambicano.
Em 2014, a banca continuará a ser uma das áreas mais dinâmica na tomada de espaços de escritórios, ocupando alguns dos principais projetos em pipeline e que incluem as sedes do Banco de Moçambique e do Banco BCI. Já em 2013, os bancos Millennium BIM e Moza Bank garantiram ocupação dos edifícios JAT 5.2. e JAT 5.3.
Prevê-se que a procura continue bastante elevada e além das multinacionais começa a ser marcada pelas PME nacionais, que têm crescido em termos qualitativos e de número. A zona da Baixa é a localização prime de escritórios, com a renda prime em Maputo a situar-se em torno dos 32 dólares/m2 e o valor de venda médio nos 2370 dólares/ m2.
No turismo, os indicadores dos últimos anos têm garantido também uma atividade dinâmica na área imobiliária, embora o foco tenha sido até aqui em Maputo, já que a maior parte dos turistas que entram no país fazem-no por motivos de negócio. Na capital, dado que a procura de quartos/alojamento continua elevada, é expectável que a oferta hoteleira continue a crescer em 2014, com novos investimentos já conhecidos.
A Avenida Julius Nyerere é a principal localização para hotelaria em Maputo, cidade na qual os preços médios praticados por quarto variam entre os 160 dólares em hotéis de 3 estrelas e 320 dólares nos de 5 estrelas. Além de Maputo, cidades como Tete, Nampula, Beira e Pemba estão já a iniciar o desenvolvimento de projetos turísticos, quer dirigidos para o turismo de negócios, quer para o de lazer, um segmento que o Governo pretende promover e atrair nos próximos anos e considerado estratégico para o crescimento do turismo nacional.
Contudo, em 2013, a instabilidade política e o atraso na consolidação de alguns projetos estruturantes afetou o desenvolvimento de projetos nestas cidades.
Fonte: Oje
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