03 maio 2014

Abacus Savillis: O ano da mudança?


Um número de transações relevantes até o final do ano veio confirmar o apetite renovado de investidores institucionais europeus.
Os números vieram confirmar as expectativas criadas e no último trimestre de 2013 assistimos a uma inversão do cenário de escassa actividade em que se debateu o mercado de investimento nos últimos anos. A conclusão de um número de transacções relevantes até o final do ano veio confirmar o apetite renovado de investidores institucionais Europeus de países adversos ao risco coma a Alemanha e a Suíça. O volume total de investimento em 2013 subiu para cerca de €300 milhões, três vezes mais quando comparado com o ano anterior, e o dobro do valor de 2011, embora ainda longe da média dos últimos 10 anos de cerca de €600 milhões. 

Esta mudança deveu-se em parte a razões internas nomeadamente, uma maior estabilidade política, a melhoria de alguns indicadores económicos, operações bem sucedidas no mercado da dívida pública e uma boa conformidade, em geral, com o programa de ajustamento da Troika; tendo todos contribuído para a credibilidade e recuperação do mercado que beneficiou também de um aumento da procura de rentabilidade e risco por porte dos investidores internacionais, considerando atraentes as condições do nosso mercado.

Como consequência as yields desceram na maior parte dos sectores. No mercado de escritórios a yield prime de 7,50% no final do ano, evidencia já em 2014 uma diminuição para 7,25%. Igualmente, o comércio de rua continuou a beneficiar de uma forte procura fazendo antever para valores abaixo da barreira dos 7,00% do final de 2013.

Se adicionarmos ao retorno dos tradicionais investidores europeus, o reforço dos novos segmentos que emergiram nos últimos anos de países como Brasil, Rússia e China (com o promissor papel desta 2 fase de investidores institucionais); em minha opinião, podemos estar na perspetiva de um ano em cheio para o investimento imobiliário em Portugal e poder afirmar no final que voltámos a ultrapassar a fasquia dos €600 milhões; e mais interessante ainda, com uma base de cobertura geográfico muito mais ampla e diversificada permitindo uma exposição e acesso a um mercado potencial bastante maior do que o que havia antes da crise.

Por Filipe Matos Chaves, Diretor Departamento de Investimento
Fonte: Magazine Imobiliário

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