A procura de casas de férias em Portugal por parte dos turistas alemães não para de crescer sobretudo no Algarve.
Os alemães continuam ávidos de arrendar casas de férias em é Portugal. Os resultados mais recentes da Inter Chalet, um dos maiores operadores turísticos na Europa neste segmento (movimenta um milhão de viajantes por ano), são elucidativos: em 2013, a empresa alemã colocou no nosso país um total de 10.500 turistas germânicos, um aumento de 10% face ao ano anterior e que, de resto, se tem mantido nos últimos cinco anos (eram 6.000 turistas em 2009). Paralelamente, a faturação em Portugal subiu 6,9%, atingindo quase €2,2 milhões. Contudo, deverá baixar em 2014, para "entre 4% a 5%". E grande parte da culpa é da seleção alemã de futebol!
"A segunda quinzena de junho e o início de julho serão afetados pelo Campeonato do Mundo no Brasil, para onde irão muitos alemães", conforma-se Klemens Thoma, diretor comercial da Inter Chalet, habituado a este efeito caprichoso da bola no volume de negócios da empresa, presente em 16 países do Velho Continente e na Florida (EUA).
As reservas para o nosso país para as primeiras duas semanas de junho até aumentaram 14%. Contudo, "globalmente, temos de reconhecer que em 2014 vamos ter em Portugal um resultado um pouco menos positivo, a crescer, mas moderadamente", estima aquele responsável que esteve recentemente em Portugal.
Em 2013, o número de casas angariadas em Portugal pela operadora germânica aumentou 4,5% em relação a 2012, atingindo as 225 unidades. O Algarve continua a ser a menina dos olhos dos alemães, com quase dois terços das localizações (140 casas). As restantes situam-se no Norte (38), Costa da Prata (34) e Costa de Lisboa (13). A taxa média anual de ocupação é de 16,5 semanas, o que os responsáveis da Inter Chalet consideram bastante atrativo para os proprietários. Mas não é homogénea. Neste particular, a procura pelo Norte de Portugal "não deu ainda os frutos que eram esperados", reconhece Klemens Thoma, admitindo que o peso do Algarve é muito forte no momento da decisão dos turistas alemães. Ainda assim, enfatiza, "somos os únicos a oferecer no mercado alemão moradias no Norte de Portugal", garantindo que "esta aposta é para manter e ganhar a longo prazo".
Portugal sobe, Espanha e Itália descem
Significativo é o facto de o aumento sustentado do fluxo de turistas alemães entre nós, por via desta operadora, suceder na mesma altura em que a sua presença diminuiu noutros países. Foi o que sucedeu em Itália, o principal mercado desta organização (com cerca de a 7.500 casas), que caiu 6%, ou de Espanha (-4%).
"O crescimento em Portugal, em 2013, foi de 4,5%, mais 2% do que a nível global. Penso que isso se deve ao facto de os alemães continuarem a olhar para Portugal de forma muito positiva, incluindo a sua postura perante a crise", diz Klemens Thoma.
Há, no entanto, algumas sombras no postal. "As ligações aéreas não são tão fáceis como ir da Alemanha a Maiorca (Espanha), os preços subiram nas companhias aéreas low-cost e em Portugal os preços, em geral, são muito mais altos do que na Alemanha", enumera o diretor comercial da Inter Chalet, dando o seu próprio testemunho: "O mesmo carro que alugo aqui para quatro dias custa, na Côte Azur, 40% menos!" E conclui: "Felizmente, a gastronomia é uma das poucas exceções."
Ainda assim, o difícil é encontrar casas disponíveis para tanta procura (uma relação de três para um). Apesar de ter havido um aumento da oferta nos últimos anos, devido à pressão da crise sobre os proprietários, a Inter Chalet juntou apenas mais cerca de dez unidades em terras lusas, no espaço de um ano, refreando as expetativas.
"Há mais oferta, mas é preciso chegar aos proprietários e são produtos muito específicos", faz notar Klemens Thoma, reconhecendo que esta dificuldade se estende de norte a sul. Embora os imóveis tenham de obedecer a requisitos de qualidade específicos, existem "preços para todas as classes sociais" e diferentes tipos de casas. Assim, no segmento mais acessível "é possível ocupar urna habitação para seis pessoas a partir de 15 a 18 euros por indivíduo e por noite na época mais alta". No topo das mordomias e nas mesmas condições, "o produto mais caro é de 50 euros por pessoa".
Quem pretender colocar a sua casa de férias na rede Inter Chalet deverá saber que o perfil mais procurado é o de "casas com charme português, de qualidade, e no máximo a 15 quilómetros da praia (limite que baixa para 10 quilómetros se for fora do Algarve), de preferência com piscina e com espaço para duas a dez pessoas".
Fonte: Expresso
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