14 junho 2014

Casas de luxo com lista de espera


Casas que valem milhões são vendidas em menos de um mês. Possui uma carteira de imóveis com uma média de valores a rondar os €4 milhões e facilmente numa só venda se pode chegar a valores acima dos €50 milhões. 
Na Christie's, rede imobiliária de imóveis de luxo - que em Portugal se encontra associada à Porta da Frente -, a crise passou ao lado. 

"Em 2012 vendemos em todo o mundo 86 mil milhões de dólares (€63 mil milhões) e em 2013,106 mil milhões de dólares (€78 mil milhões). A maior fatia desse crescimento ficou a dever-se à Europa. Em mercados como a América do Norte, o aumento foi de 25% mas na Europa o crescimento chegou aos 140%. Daí a questão: há crise na Europa? Não, não há. Apenas alguns mercados estão em crise", afirma. Joachim Wrang-Widén, diretor regional da Christie's para o mercado europeu, Médio Oriente e África. 

O responsável, que esteve recentemente em Lisboa para assinalar a abertura da nova loja da Porta da Frente/Christie's na Avenida da Liberdade, dá alguns exemplos que permitem atestar o sucesso que certas cidades têm junto dos investidores: "No top sete das nossas melhores vendas em todo o mundo, cinco foram em França. No top 10 de transações sete foram na Europa". 

O imóvel mais caro vendido pela Christie's em 2013 situa-se em Paris e foi transacionado por €69 milhões. O segundo também foi em Paris, pelo montante de €48 milhões. Londres surge em terceiro lugar. Este ano e até maio, Londres assegura já o pódio para as duas primeiras posições. Estes imóveis são essencialmente palacetes e apartamentos penthouses.

700 casas vendidas em dois dias 

"Quem quer comprar uma casa de luxo em Londres atualmente tem de o fazer em apenas quatro semanas porque há um défice destas propriedades e há muita procura. Do mesmo modo, se for para Paris, existe um período muito curto de venda para estas propriedades top (refiro-me a apartamentos com valores entre €3 e €10 milhões). Vende-se muito rapidamente, especialmente a pessoas vindas do estrangeiro", sublinha o responsável da Christie's. 

A razão é simples, diz Joachim Wrang-Widén: "Se olhar para Londres, vê os chineses a comprar lá, os russos, os árabes. Todos gostam de comprar nesta cidade porque não pagam mais-valias dos ganhos de capital nas transações. É uma boa eficiência fiscal". 

Tal como agora acontece em Portugal, também em Inglaterra se aposta muito nos clientes asiáticos. Há um exemplo que revela bem esta dinâmica: "No Battersea Power Station, um projeto em grande desenvolvimento em Londres, venderam-se 700 unidades em 48 horas para a Malásia, Singapura, China, Hong Kong". Compras feitas com base numa brochura uma vez que o projeto não estará pronto em menos de cinco anos. "O europeu raramente faz algo assim, quer ver primeiro construído. Cada mercado é muito diferente do outro. E depende do tipo de propriedade, o valor e onde se localiza. É urna nova visão do mercado imobiliário", remata o responsável.

Fonte: Expresso

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