14 junho 2014

Empresa espanhola que vai para a bolsa de Madrid quer comprar imobiliário em Lisboa


Um máximo de um quarto do valor bruto dos activos da Merlin Properties poderá ser investido no mercado imobiliário português. O objetivo em território nacional é centrar-se em Lisboa apenas em activos comerciais.
A espanhola Merlin Properties vai ganhar forma a 30 de Junho, quando ingressar na Bolsa de Madrid. Aquela que será a maior sociedade de investimento em mercado imobiliário de Espanha também vai apostar em Portugal, mais precisamente em Lisboa. A empresa pode investir até 25% do valor bruto dos seus activos.

A localização geográfica, com o foco em Espanha e, "em menor medida", em Portugal, é um dos três pilares estratégicos da Merlin Properties, sociedade espanhola que anunciou esta sexta-feira 13 de Junho a intenção de ficar cotada na Bolsa de Madrid.

"A principal actividade da empresa será a aquisição (por via directa ou indirecta), a gestão activa, a operação e a rotação selectiva de activos imobiliários comerciais", aponta a companhia no comunicado divulgado ao regulador do mercado de capitais espanhol, a CNMV, em que especifica que não quer envolver-se no imobiliário residencial.

Em Portugal, "a empresa pretende essencialmente centrar-se em adquirir activos localizados em Lisboa". Em Espanha, a grande maioria dos activos que pretende gerir terá de ser localizada em Madrid, Barcelona, "embora possa também considerar outros centros urbanos". Activos avaliados entre 60 e 150 milhões de euros, escritórios, edifícios de retalho ou de turismo são alguns dos referidos pela Merlin no comunicado. A empresa também poderá adquirir crédito imobiliário (em boas condições ou malparado) em Espanha e, mais uma vez, "em menor medida, em Portugal", com o objectivo de ganhar a propriedade desses activos imobiliários.

Maior entrada em bolsa desde 2011 

A Merlin deverá tornar-se na maioria sociedade de investimento no imobiliário em Espanha depois da cotação no mercado de capitais, autorizada esta sexta-feira pelo regulador. A sociedade está constituída sob uma forma fiscalmente vantajosa, implementada pelo Governo espanhol em 2013, com o intuito de animar o mercado de arrendamento.

Com a oferta pública de subscrição de até 150 milhões de novas acções, a empresa espera arrecadar até 1.500 milhões de euros, já que cada um dos títulos será vendido a 10 euros cada. Será a maior oferta pública inicial em Espanha desde 2011, quando o Bankia entrou em bolsa.

Já há compromissos assumidos para cobrir 40,2% do capital a captar, ou seja, 600 milhões de euros. Além disso, segundo relata o "Cinco Dias", estão a ocorrer negociações para que se encontrem investidores que cubram a oferta até, pelo menos, os 1.250 milhões de euros. A operação está reservada a investidores institucionais qualificados.

Quando for constituída como sociedade cotada, a Merlin Properties, que será liderada por Ismael Clemente e que terá Miguel Ollero como administrador financeiro, já terá um conjunto de activos na sua posse, depois de ter chegado a um acordo para adquirir, por 739 milhões de euros, a sociedade Tree Inversiones Inmobiliarias envolvendo 880 balcões e cinco edifícios do BBVA. O acordo vale metade do montante máximo que pretende obter na oferta. Clemente e Ollero foram gestores da unidade de imobiliário comercial do Deutsche Bank e fundaram a Magic Real Estate, sociedade que gere a Quinta da Penha Longa, onde recentemente se reuniu o Fórum do BCE.

No prospecto da operação, a Merlin avisa, contudo, que tendo sido constituída apenas a 25 de Março de 2014, e não tendo ainda começado as operações, é difícil prever o seu futuro desempenho em bolsa.

A maior sociedade 
Tendo já compromissos na ordem dos 600 milhões de euros para a subscrição do capital na oferta pública inicial, a Merlin Properties vai superar o valor de mercado das duas outras sociedades imobiliárias cotadas.

Chegando aos 1.500 milhões pretendidos, a empresa terá mais do dobro do valor da Hispania Activos Inmobiliarios, avaliada em 573 milhões, e a Lar España Real Estate, que vale 399 milhões, de acordo com contas da Bloomberg. 

Fonte: Negócios

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