14 junho 2014

FMI lança índice para evitar bolha no mercado imobiliário


O Fundo Monetário Internacional fez ressoar um alarme, dizendo que o mundo tem de agir no sentido de conter o risco de um novo "crash" no mercado imobiliário, que poderia ter os mesmos efeitos devastadores que levaram à crise financeira de 2007-2008.
O FMI anunciou o lançamento de um índice que irá monitorizar os preços dos imóveis e as suas oscilações entre os países, dado considerar de grande importância registar estes movimentos e evitar bolhas nos activos e crises financeiras.


"A era da negligência benigna da expansão imobiliária acabou", referiu o vice-director executivo do Fundo, Min Zhu, citado pela Bloomberg. Zhu sublinhou que os preços dos imóveis não têm sido, até agora, alvo de atenção suficiente, sendo necessário suprir essa lacuna, dada a sua potencialidade para criar bolhas nos activos e, consequentemente, crises financeiras.

O FMI recorda o estoiro da bolha no mercado imobiliário, que levou à mais recente crise financeira mundial, que teve a sua génese no chamado "subprime" - empréstimos hipotecários considerados de alto risco, devido à fraca capacidade do devedor para cumprir os seus pagamentos. A crise do subprime tornou-se sinónimo de crise no mercado imobiliário, já que este foi um dos primeiros indicadores de descarrilamento da economia norte-americana.

De modo a partilhar informação entre países, bem como as análises aos diferentes mercados imobiliários, e visando debater a eficácia das respostas políticas, o FMI lançou uma página na Internet – Global Housing Watch – que irá providenciar os dados relativos a esses indicadores.

Este índice do FMI irá monitorizar os preços das casas em 51 países, incluindo Portugal. No quadro que consta já na página web para o efeito, Portugal surge em 42º lugar, estando na categoria onde os preços têm caído no último ano. Onde subiram mais foi nas Filipinas, Hong Kong e Nova Zelândia.

No ano passado, refere o Fundo, 33 dos 51 países que vão constar deste índice do FMI deram mostras de aumento dos preços das casas face aos rendimentos e às rendas. "Estes rácios estão bem acima das médias históricas numa grande maioria de países", salienta o organismo liderado por Christine Lagarde.

Tendo em conta os preços das casas face aos rendimentos das famílias, as habitações continuam fora do alcance de muitas pessoas, com destaque a Bélgica, Canadá e Austrália.

Ainda de acordo com o FMI, os preços mundiais das casas estão a subir há sete trimestres consecutivos.


Fonte: Jornal Negócios

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