19 agosto 2014

As cidades mais atrativas para investir


A ocidente, Paris e Londres continuam no centro das atenções dos investidores imobiliários. Já a leste, destacam-se as capitais da Rússia e da Polónia e surpresas como a capacidade de atração de Bucareste.
Paris continua a atrair os maiores níveis de investimento no mercado imobiliário europeu a avaliar pelos resultados do primeiro semestre deste ano. 

O mais recente relatório da Worx Real Estate dá conta de que a capital francesa conseguiu atrair 9.348 milhões de euros no período em análise. Londres surge em segundo lugar com um total de 6,65 mil milhões de libras (€8,3 mil milhões), com o segundo trimestre a registar o valor mais alto desde 2007 (4,38 mil milhões de libras/€5,4 mil milhões). 

Em Paris, deu nas vistas a megaoperação que envolveu a venda da jóia da coroa do grupo italiano Risanamento em França. Nove imóveis localizados nas zonas mais caras de Paris foram vendidos ao poderoso grupo saudita Olayan por €1,5 mil milhões. 

A dinâmica do mercado de investimento imobiliário não se restringiu apenas a Paris e Londres, cidades que registaram, aliás, muita resiliência, nos piores anos da crise económica global. 

Também Berlim assistiu a um "aumento significativo da procura com perto de 1,37 mil milhões, igualmente o valor mais alto dos últimos anos, ficando ainda assim em quarto lugar nas cidades alemãs (Munique encontra-se em primeiro lugar com 1,84 mil milhões)", aponta o relatório da Worx.

Na Itália, o centro das atenções no período em análise incidiu sobre Milão, e, em Espanha, o volume de investimento foi duas vezes superior ao registado em igual período do ano passado, com Madrid a registar cerca de 650 milhões de euros em transações. 

Roménia em alta 

A leste, na Europa Central e de Leste uma surpresa: a Roménia e a sua capital Bucareste, que registou a maior subida de volumes de investimento imobiliário comercial com um aumento de praticamente 300% em variação homóloga, ainda que partindo de níveis reduzidos de atividade. O mais recente relatório da consultora CBRE explica que este interesse dos investidores se deve "às contínuas baixas taxas de juro, pelo aumento da alocação de investidores institucionais ao imobiliário, as taxas de capitalização (yields) relativamente elevadas e a convicção de que o crescimento económico deverá ser sólido nos próximos anos".

Segundo o estudo da CBRE, "os fortes resultados do primeiro semestre impulsionaram os volumes de investimento em imobiliário comercial na Europa Central e de Leste (excluindo Rússia) para 2,5 mil milhões de euros, um aumento de 15% face ao período homólogo de 2013". 

A República Checa e a Hungria atraíram igualmente volumes significativos de investimento, com subidas de 36% e 35%, respetivamente. "Estes dois países, em particular, beneficiaram do desafio que muitos investidores enfrentaram para encontrar o produto que procuravam na Polónia. Esta falta de oferta tem tido um impacto positivo nos países vizinhos, que também podem oferecer yields mais atrativas no mercado atual", refere-se na análise da CBRE.

Apesar destas subidas, Rússia e Polónia continuam a dominar o investimento imobiliário comercial na região. Estes dois mercados juntos representam mais de 60% do volume de investimento, de 1,2 mil milhões de euros e 1,1 mil milhões, respetivamente. 

O mercado imobiliário da Polónia continua a atrair forte investimento e a economia polaca, depois de uma ligeira queda nos últimos trimestres, regressa a um período de crescimento. A Polónia afastou-se da condição de nicho de mercado e continua a amadurecer para se tornar um dos destinos essenciais para investimento na Europa. A Rússia, contudo, registou uma queda nos fluxos de investimento de quase 60% durante os seis primeiros meses do ano. Tal deve-se em larga medida às amplamente divulgadas tensões com a Ucrânia, mas reflete também a atividade de transação irregularmente alta no primeiro trimestre de 2013. 

Mercado de Investimento da Europa Central e de Leste (milhões €)
Fonte: CBRE (2014)

Na opinião de Mike Atwell, Diretor do Departamento de Capital Markets da Europa Central e de Leste da CBRE, “O mercado de investimento da Europa Central e de Leste continua a beneficiar de um interesse renovado dos investidores tradicionais da Europa Central e de Leste, mas, mais recentemente, o mercado também começou a ver novas fontes de capital global a entrar na região. A Polónia mantém-se o mercado dominante, com muitas transações em curso e as previsões apontam para um aumento geral dos volumes no final de 2014”. 

“As constantes taxas de juro baixas, aliadas à melhoria do panorama económico, asseguraram que o imobiliário comercial continuasse um ativo privilegiado para os investidores. Na região da Europa Central e de Leste, cremos que o interesse de investimento está efetivamente mais forte do que sugerem os dados do primeiro semestre de 2014. Praticamente todos os mercados mostraram uma subida dos níveis de liquidez, à exceção da Rússia, que foi manifestamente afetada de forma negativa pela crise da Ucrânia. É ainda importante lembrar que o fluxo de transações da Rússia foi anormalmente elevado no período homólogo de 2013. Contudo, até que a situação na Ucrânia estabilize, o investimento internacional na Rússia deverá manter-se relativamente lento”, acrescenta Jos Tromp, Diretor do Departamento de Research & Consultancy da Europa Central e de Leste da CBRE.

Fonte: Expresso/CBRE

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