02 setembro 2014

Compras virtuais dão desconto na compra de casa


Uma campanha está a mexer com o mercado imobiliário chinês. O mercado imobiliário chinês continua. a passar por uma fase complicada para escoar o stock crescente de ativos, Depois da queda generalizada de preços das casas desde o início do ano, têm surgido campanhas promocionais aguerridas, numa tentativa de trazer algum dinamismo às vendas. A mais recente foi protagonizada esta semana pelo China Vanke, o maior grupo de promoção imobiliária daquele país, que está a fazer uma peculiar campanha de descontos para os potenciais interessados em comprar casa.


Numa mediática parceria com o portal chinês de compras online Taobao (pertencente ao grupo Alibaba) - que é um dos dez mais visitados do mundo e que funciona como o e-Bay ou o Amazon, mais usados no Ocidente - o China Vanke está a oferecer descontos que podem ir até aos 2 milhões de yuan (cerca de 325 mil dólares, ou seja, aproximadamente €246 mil) na compra de um imóvel num dos 23 empreendimentos do promotor localizados em cidades como Pequim, Xangai, Guangzhou, entre outras. 

O desconto é proporcional ao que tiver sido gasto no portal de comércio virtual, conferindo a hipótese de ter um desconto maior se os gastos forem também elevados. Porém, basta ter gasto um simples yuan em compras online para se tornar elegível ao primeiro patamar de descontos que começa nos 50 mil yuans (cerca de €6 mil). Só nas primeiras 12 horas, a iniciativa atraiu mais de 140 compradores que conseguiram um milhão de yuans (€120 mil) em descontos.

A campanha começou esta semana e deverá durar até ao final de setembro.

Vale tudo para vender

Depois anos de aumento de preços e da construção frenética para satisfazer a procura de uma classe média urbana em crescimento acelerado, o mercado imobiliário chinês vem mostrando sinais de contenção. No ano passado, receando uma bolha imobiliária, o Governo tomou uma série de medidas restritivas ao nível do financiamento e conseguiu atingir os seus objetivos. Os preços em 55 das 70 maiores cidades da China caíram em junho, quando um mês antes o movimento de queda afetava 35 dessas urbes.

Os promotores começaram este ano a cortar nos preços, mas até agora não conseguiram recuperar os volumes de vendas, os quais, no segmento residencial, caíram 9,4% nos primeiros sete meses do ano em comparação com o mesmo período de 2013, segundo estatísticas do Governo chinês.

Neste enquadramento compreende-se o grau de criatividade dos promotores imobiliários na sua tentativa de escoarem o stock de imóveis. A iniciativa de descontos conjuntos do China Vanke e do Taobao pode até ser gigantesca em dimensão, mas não dá tanto nas vistas como aquela que foi encetada pelo promotor de um edifício de escritórios na província de Henan que decidiu oferecer lavagens de carros por sugestivas modelos em biquini a quem referenciasse algum potencial comprador. Outra campanha dá conta da oferta de telefones iPhone 6 a potenciais clientes do empreendimento imobiliário.

A vontade de inverter o pessimismo reinante no mercado imobiliário chinês tem sido proveitosa para o China Vanke que recentemente apresentou resultados positivos: os lucros da empresa subiram 5,6% no primeiro semestre, um desempenho explicado pelo reforço na venda de casas de tipologias mais pequenas e baratas, logo menos afetadas por crises de mercado. pior desempenho, tiveram outras empresas de menor dimensão, algumas das quais reportaram perdas nos lucros na ordem dos 50%.

Fonte: Expresso

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