A atravessar um momento de viragem, o mercado residencial na capital portuguesa já iniciou a retoma, impulsionada pela reforma do arrendamento, investimento estrangeiro e o regresso dos compradores “tradicionais”.
A dinâmica do mercado residencial português mudou drasticamente no espaço de cinco anos, pois com a crise houve um conjunto de fatores que contribuíram para um abandono forçado do anterior modelo de negócio assente na compra e venda com recurso a crédito, e que à luz da realidade económica atual deixou de fazer sentido.
“Esta conjugação de fatores permitiu abrir espaço para uma retoma do mercado residencial na cidade de Lisboa. Se por um lado surgiu uma nova possibilidade de negócio para os produtos de habitação, o arrendamento, surgiu também um novo tipo de clientes para a compra, os investidores privados, que por sua vez colocam novamente os seus produtos no mercado numa ótica de rendimento.
Paralelamente, e de forma ainda lenta, os clientes do passado voltam agora a surgir, com as famílias portuguesas a sentirem-se hoje mais confiantes para avançar para a compra de habitação”, concluem os consultores da Cushman & Wakefield (C&W) no primeiro “Business Briefing do Mercado Residencial de Lisboa”.
De acordo com a consultora, que recorreu aos dados do SIR – Sistema de Informação Residencial elaborado pela Confidencial Imobiliário, o mercado de compra e venda de habitação na Área Metropolitana de Lisboa tem vindo a evoluir de forma positiva nos últimos meses. A recuperação do setor emergiu ao longo de 2013, com uma subida de 47% nos volumes de procura face a 2012. Uma tendência que se acentuou ainda mais nos três primeiros meses de 2014, com a plataforma SIR a registar um aumento da procura de 60% face ao primeiro trimestre de 2013.
Após dividir a cidade por sete zonas, o estudo conclui que é no Parque das Nações que hoje se encontram os valores médios de venda mais elevados de Lisboa, na casa dos 3.625 €/m². Em segundo lugar, a chamada “Zona Tradicional”, que abarca bairros como a Lapa, Estrela e Santos, onde em média os compradores podem esperar pagar 3.562 €/ m². Apesar da proximidade dos valores, a tipologia da oferta disponível nas duas zonas é muito distinta, já que ao passo no Parque das Nações a oferta é constituída por casas modernas e de construção recente, na zona tradicional proliferam casas em prédios de traçado mais antigo, muitos dos quais em reabilitações.
Ainda que estejam a despertar um maior interesse do que nas últimas décadas, as zonas históricas continuam na cauda da tabela, apresentando uma média de valores de venda inferiores aos da maioria das zonas consideradas: 2.450 €/ m². Além disso, refere a C&W, a taxa de desocupação mais elevada da cidade regista-se na Zona 1 – Baixa Chiado, correspondendo a cerca de 12% da oferta disponível.
A gama de valores praticados na zona periférica é dos mais competitivos de Lisboa, com as casas em oferta a venderem-se a preços médios de 2.370 €/m².
Já a Zona 4 – Novas zonas, que engloba bairros como Benfica, Campolide e Telheiras é, segundo a C&W, não só o local onde hoje se verifica a maior concentração de população residente, mas também aquela onde se encontra o perfil etário mais jovem.
Fonte: Público
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