24 setembro 2014

Preço dos imóveis nos concelhos a Norte de Lisboa abranda descida


Em linha com a recuperação dos preços no mercado imobiliário a nível distrital, os concelhos a Norte da cidade de Lisboa, especialmente na linha do Tejo, começam também a travar a queda de valores.

Os preços dos imóveis começam já evidenciar sinais de recuperação no Distrito de Lisboa.  

Dados da Confidencial Imobiliário recolhidos mostram que os preços da habitação neste distrito subiram 3,2% em termos homólogos no 2º trimestre deste ano, interrompendo uma sucessiva descida homóloga sentida pelo menos desde início de 2013. No segmento não residencial, nos escritórios os preços também cresceram (3,8%) em termos homólogos. Nos imóveis industriais e nas lojas, apesar de se manterem em terreno negativo - com variações homólogas no 2º trimestre de -0,5% e -0,1%, respetivamente -, os valores estão a descer muito menos do que estavam no 1º trimestre (-2,9% em industrial e -2,4% em lojas).

Em linha com a evolução do mercado a nível distrital, e apesar da relevância da capital para a dinâmica do distrito, também os concelhos a Norte de Lisboa - especialmente os que se distribuem na linha junto ao rio Tejo como são os casos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Loures, Vila Franca de Xira e Odivelas -, começam a revelar sinais de melhoria, com um abrandamento da descida de preços dos imóveis quer habitacionais quer no segmento não residencial.

Vila Franca de Xira regista a menor descida na habitação

De entre os concelhos em análise, depois de Lisboa (-0,4%), o concelho de Vila Franca de Xira (-0,5%) foi aquele onde os preços menos desceram no 2º trimestre de 2014 face ao mesmo período do ano passado, seguindo-se o concelho de Odivelas (-0,7). Em Alenquer (-1,6%), Arruda dos Vinhos (-2,6%) e Loures (-1,0%), apesar de descidas mais expressivas do que nos anteriores concelhos, a nota é também de recuperação, com uma descida homóloga mais lenta do preço da habitação face ao mesmo indicador no trimestre anterior.

Quem opera nestes mercados, também já sente diferenças, conforme Rui Filipe, Broker da Century 21 Serrurbana, com agências em Odivelas e na Póvoa de Santa Iria. “Este ano já começamos a sentir a estabilização dos valores das casas, uma tendência que deverá manter-se no resto do ano”, nota este profissional, referindo-se especialmente aos concelhos de Vila Franca de Xira e de Odivelas. Para Rui Filipe, esta estabilização vem interromper a queda de preços sentida nos últimos 4 a 5 anos e que, na sua experiência, terá atingido 20% em Vila Franca de Xira e cerca de 12% em Odivelas. Na atividade, este ano já se “sente uma ligeira melhoria no volume de vendas” e, no caso da Century 21 Serrurbana, a faturação nos primeiros 8 meses do ano cresceu cerca de 15 a 20% face ao ano passado.

O crescimento também promete marcar o ano da Remax Vantagem, que com 9 agências marca presença em Alenquer, Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos, Póvoa de Santa Iria, Odivelas e Lisboa, e ainda em Alverca e Santarém. Para Hugo Silva, consultor imobiliário e gestor de equipa comercial no Grupo Remax Vantagem, a evolução que sente no mercado “traduz um aumento significativo de vendas” e “a agência para quem presto serviços neste momento cresce 42% face ao ano passado”. Para este profissional, o mercado imobiliário tem diferenças significativas face ao ano passado, incluindo “a maior abertura da Banca ao financiamento, mas também o aumento significativo na procura de compra de imóveis, sobretudo no habitacional”.

Não residencial tem maiores assimetrias

No que toca o mercado de imobiliário não residencial, no qual se incluem escritórios, armazéns e lojas, os dados da Confidencial Imobiliário mostram que os preços abrandaram o ritmo de descida em praticamente todos os concelhos analisados e de forma transversal aos três segmentos. Nota-se contudo, uma maior assimetria entre os diferentes concelhos.

Em Odivelas, por exemplo, os preços cresceram em todos os segmentos (7,1% escritórios, 0,6% armazéns e 4,5% lojas, em termos homólogos) e noutros concelhos, a descida de preços está ainda em níveis que chegam aos -7,2%, como acontece nos armazéns em Vila Franca de Xira, ou aos -6,6%, caso dos preços das lojas em Loures. Na perspetiva de Rui Filipe, da Century 21 Serrurbana, considerando os concelhos em que opera, a expectativa é que os preços do imobiliário não residencial exibam ainda uma tendência ligeira de queda, embora os níveis de atividade possam animar na reta final de 2014, esperando-se um “ligeiro aumento de vendas nestes segmentos nos últimos meses do ano”. Para Hugo Silva, o que ainda está em falta neste mercado não residencial “é a confiança para abertura de novas empresas e serviços”, já que se “vende geralmente a empresas já existentes que mudam por questões estratégicas”. Por seu turno, Rui Filipe explica que um dos motores para a venda deste tipo de imóveis são as carteiras de desinvestimento da Banca, sobretudo porque “oferecem condições especiais de crédito e financiamento, que os imóveis vendidos por particulares não garantem”.

A estas condições acresce ainda, muitas vezes, a realização de campanhas promocionais, como é o caso de uma recentemente lançada pelo Millennium bcp, denominada de “Mês das Oportunidades” e que abrange quatro regiões do país, incluindo o Distrito de Lisboa. Aí, esta ação decorre nos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Odivelas, Loures, Lisboa (zona Oriental) e Vila Franca de Xira, sendo a maior parte dos imóveis em oferta de uso não residencial. Conforme revelou Ramiro Gomes, Responsável de Vendas (Grandes Imóveis Sul), da Direção de Negócio Imobiliário do Banco, em campanha estão 24 armazéns com preços médios de €266.000, outros 113 imóveis para serviços, comércio e escritórios com valores médios de €99.000, e ainda um conjunto de 27 imóveis que inclui instalações industriais ou estacionamentos, com valores que podem variar entre os €2.000 e os €3.525.000.

Para este responsável, “não é expectável que se vendam todos estes imóveis durante a campanha”, tendo em conta que se trata de uma ação em que “escolhemos uma determinada região e envolvemos todos os imóveis em carteira”. Mas, “face à notoriedade da campanha, a expectativa de concretização das vendas é elevada”, comenta. A estratégica é simples e tem tido sucesso. Durante o período da campanha, que nesta edição se estende até 30 de novembro, os interessados podem adquirir estes imóveis com preços promocionais, podendo ainda usufruir de um desconto adicional de 5% caso a escritura ocorra até fi nal do ano. A oferta da campanha do Millennium bcp nestes concelhos é também habitacional, compreendendo neste segmento 94 imóveis com valores médios de aquisição de €83.000 euros. Incluem-se ainda terrenos para construção e os imóveis de maior valor em oferta estão mesmo neste último segmento, no qual, “na zona do Lumiar (Lisboa), com preços de comercialização €1,3 e €3,9 milhões”, conclui Ramiro Gomes.

Fonte: Público Imobiliário

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