17 outubro 2014

Mercado ainda aposta pouco na reabilitação


Apesar da quebra da construção nova, a reabilitação ainda não ocupou o seu lugar no sector. Com a quebra da construção nova nos últimos anos, esperava-se que a reabilitação urbana viesse a salvar o mercado imobiliário, mas não houve um crescimento substancial da recuperação de edificado.

De acordo com os dados facultados pelo INE, para o período entre 2001 e 2013, pode-se constatar que a quebra nas construções novas começou a sentir-se logo em 2002, com a reabilitação a aumentar a partir daí.

Em média, durante este período, o peso das obras de reabilitação sobre a construção nova dos edifícios de habitação foi de 23,6%, tendo atingido o seu valor máximo, 36%, em 2013. O aumento ligeiro ainda não é o desejado para colmatar a forte descida nos projetos novos.

Segundo o Catálogo do II trimestre de 2014, do Gabinete de Estudos da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, o envelhecer do centro das cidades no âmbito nacional tem bastante visibilidade em Lisboa e no Porto. O envelhecimento revela-se quer no âmbito demográfico, quer na estrutura dos edificados. A inversão dos baixos níveis de fecundidade, aliado à captação de jovens para os centros urbanos pela reabilitação do seu edificado é uma realidade que necessita de intervenção.

De acordo com os profissionais da mediação, a reabilitação urbana poderá assumir um papel revitalizador de modo a reforçar o contributo da construção civil, atenuar a degradação do património, dinamizar os núcleos urbanos degradados, melhorar a qualidade de vida urbana, rejuvenescer a imagem do edificado e das ruas.

A nível regional, no período de 2001 a 2013, as regiões do Norte e Centro destacaram-se no que diz respeito ao número de obras de reabilitação de edifícios. Os Açores e o Alentejo (32% em média e picos anuais acima de 44%), representaram os valores mais altos. Lisboa já conseguiu passar de 4,6% em 2001 para 32,3% em 2013.

Comparando a realidade nacional com a europeia através dos dados da Euroconstruct, é possível observar na Europa Ocidental a valorização da requalificação urbana, no âmbito nacional a aposta direccionou-se durante muitos anos para a construção nova. No entanto, nos últimos anos essa realidade parece ter vindo a retrair-se.

Fonte: Gabinete de Estudos da APEMIP / SOL

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