Os números do Índice de Rendas Residenciais facultados pelo Confidencial Imobiliário mostram que, entre o início de 2011 e o final do primeiro semestre de 2014, o preço médio dos novos contratos de arrendamento recuou 11% a nível nacional.
A zona de Lisboa, onde são praticadas as rendas mais elevadas, corresponde àquela em que se assistiu à maior descida de preços nesse período: 14%, revela o mesmo indicador. O Grande Porto também acompanha a tendência, mas com descidas de preços mais curtas: na ordem dos 9%, em média.
No entanto, parece ainda haver muito a fazer para baixar os encargos dos portugueses com o arrendamento. Luís Lima, da Apemip, explicou sexta-feira, na conferência dos 90 anos da Associação de Inquilinos Lisbonenses, que "o paradigma da casa própria está a dar lugar ao arrendamento, mas mais por necessidade do que por opção", alertando que ainda existem muitos desequilíbrios neste segmento. O responsável lembrou que, "há muita oferta onde não há procura e procura onde não há oferta".
Por exemplo, em Lisboa, a procura de arrendamento ronda os 35,2%, enquanto as vagas disponíveis para arrendar são apenas 25,1%, segundo dados da Apemip e do INE. No Porto, a discrepância ainda é maior: 35,1% no lado da procura e 15,4% do lado da oferta disponível. Para suprir este tipo de desequilíbrios no mercado de arrendamento seriam necessárias, segundo a Apemip, cerca de 50 a 60 mil casas nas principais cidades do país.
Apesar da recente tendência descendente, Luís Lima alertou para a necessidade de uma maior redução do valor dos preços do arrendamento novo para torná-lo numa opção claramente vantajosa. "Há um grande desajustamento face ao ‘stock' de mercado. Enquanto o valor das rendas não for adequado ao dos rendimentos haverá sempre procura pela compra que só não acontece porque o crédito foi limitado", explicou o presidente da APEMIP. Seria assim necessário baixar entre 30% e 40% os valores das rendas nos segmentos médio e médio baixo de forma a tornar os preços competitivos.
De salientar que, no primeiro semestre deste ano, 40% da procura para arrendamento tinha como alvo imóveis com preços inferiores a 300 euros, 38% destinava-se a casas com rendas entre 300 e 500 euros e 13% da procura dizia respeito a preços de arrendamento entre 500 e 700 euros.
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.