03 novembro 2014

Viseu: Procura de imóveis aumenta e preços abrandam descida


A procura de imóveis em Viseu, capital de distrito, tem vindo a crescer este ano, e os preços, apesar de continuarem a ajustar em baixa, descem de forma mais ténue.
Para Luísa Gomes, Diretora Comercial da Era Viseu Sé, agência que concentra cerca de 90% do seu trabalho no concelho de Viseu, a procura de imóveis para compra na capital de distrito tem vindo a aumentar de forma que se pode considerar expressiva, com a profissional a estimar que no caso do segmento habitacional esse aumento se fixe em 30% e no dos imóveis não habitacionais – que incluem comércio, serviços, industrial e até terrenos – nos 20%, comparativamente aos primeiros seis meses de 2013.

O reflexo nas vendas é evidente e Luísa Gomes considera mesmo que “a venda de casas em Viseu está novamente a subir, depois dos últimos anos em queda”, perspetivando até final do ano “o aumento do volume e do número de transações efetuadas”. Além da conjuntura, este “aumento de vendas não pode também ser alheio à maior abertura dos bancos à concessão de crédito nos últimos meses”.

Para Cruz Lança, Responsável de Vendas de Imóveis - Retalho Norte do Millennium bcp, Banco que, no âmbito da sua carteira de desinvestimento imobiliário tem em curso uma campanha especial de comercialização de imóveis em Viseu – o Mês das Oportunidades-, “a atividade neste distrito tem-se desenvolvido positivamente ao nível da procura no mercado imobiliário”, admitindo que “isso é mais visível no segmento habitacional e nas zonas de maior densidade urbana”. Na sua perspetiva, também nos ativos destinados a comércio e serviços “já existem os primeiros sinais de aumento de procura, embora ainda um pouco tímida se compararmos com a habitação”

Também para Mena Martins, Consultora Imobiliária na Remax Magistral, “há uma evolução crescente das vendas” e “houve uma evolução da procura” este ano. Na sua opinião, “existe uma maior procura no segmento habitacional” no distrito de Viseu, no qual trabalha concelhos como Carregal do Sal, Nelas, Tondela, Mangualde, Oliveira de Frades e S. Pedro do Sul. Mas no segmento não habitacional esse aumento não é tão visível, “até porque as pessoas estão contidas nas aberturas de novas empresas”. Os números mais recentes da Igníos mostram que, já este ano, entre janeiro e setembro, foram constituídas 685 novas empresas neste distrito, um número bastante inferior aos distritos vizinhos da zona litoral (Porto, 4981; Aveiro, 1512; e Coimbra, 875), mas mais expressivo do que os distritos com fronteira para o interior (Vila Real, 375; Bragança, 257 e Guarda, 277).

Preços ainda descem, mas menos

Quanto aos preços, continuam a descer de forma transversal no mercado imobiliário de Viseu, embora esta descida se faça hoje sentir a um ritmo mais lento. Os dados da Confidencial Imobiliário revelam que o preço das casas na capital de distrito desceram 1,2% no 2º trimestre deste ano em termos homólogos, enquanto que um ano antes, essa desvalorização homóloga se situava em -3,5%. Nos outros concelhos do distrito de Viseu, a descida homóloga no 2º trimestre de 2014 é mais acentuada do que na capital, com desvalorizações que rondam, em geral, os -3,9%.

Nos imóveis de uso não habitacional, a tendência é também de abrandamento da queda, com os preços dos armazéns a nível distrital a recuarem 1,6% no 2º trimestre face ao mesmo período do ano passado e os das lojas a descerem 1,0%. Apenas os escritórios apresentaram um ligeiro crescimento homólogo dos preços (0,8%), embora, em qualquer dos três segmentos, a tendência no 2º trimestre tenha sido de melhoria.

Para Mena Martins, trata-se sobretudo “de uma atualização dos preços” e Luísa Gomes confirma que “os preços continuam em queda, mas agora a um ritmo mais lento”. 

Os preços são precisamente um dos trunfos da campanha do Millennium bcp, denominada Mês das Oportunidades, a qual decorre até 30 de novembro no distrito de Viseu, além de estar também em marcha noutros distritos das regiões Norte, Centro e Sul. O conceito desta campanha consiste em oferecer um duplo desconto, já que além de os valores promocionais dos imóveis no período da ação, os compradores poderão usufruir de um desconto adicional de 5% sobre esse preço se a escritura de compra do respetivo imóvel for realizada até 31 de dezembro.

No distrito de Viseu são cerca de 60 os imóveis em campanha, com preços que podem ir desde os 15.000 euros aos 325.000 euros, aos quais existem ainda a possibilidade de aplicar esse desconto de 5% dependendo da data da escritura. 

A oferta em Viseu abrange imóveis tão diversos como apartamentos, moradias, terrenos rústicos, terrenos urbanos, lojas, escritórios, armazéns e instalações industriais. O valor global desta campanha em Viseu é de 4,2 milhões de euros, sendo 20% dos imóveis de uso habitacional e os restantes 80% de uso não residencial.

Considerando a evolução positiva do próprio mercado, mas também o facto destas campanhas terem uma “forte visibilidade” e de darem um “contributo importante no incremento das vendas”, Cruz Lança avança que o Banco espera “vender no período da campanha, mais de metade dos imóveis residenciais em carteira e cerca de um terço dos não residenciais”.

Mercado de arrendamento menos dinâmico
Num distrito com “muita procura de arrendamento”, nas palavras de Mena Martins, da Remax Magistral, este mercado parece, no entanto, estar menos dinâmico, pelo menos na capital de distrito. De acordo com Luísa Gomes, da Era Viseu Sé, no 1º semestre do ano foi visível uma diminuição das transações face ao mesmo período do ano passado e também “o valor médio de arrendamento confirmou uma tendência de baixa” no mesmo período, sublinha Mena Martins nota ainda que a “aquisição para habitação própria permanente e para investimento continua a ser muito forte” neste distrito, explicando que esta região tem contudo “muita procura de arrendamento”, considerando que há muitas pessoas que residem nestes concelhos por motivos profissionais, incluindo o alojamento sazonal para professores e estudantes.

Fonte: Público

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