15 dezembro 2014

O novo bairro colossal que vai mudar a face de Londres


battersea power station development
Residências de luxo, escritórios, espaços comerciais e áreas abertas à cidade. O projecto para a Battersea Power Station é gerido por um consorcio de grandes empresas e fundos da Malásia.
Para muitos, a imagem industrial das gigantescas chaminés da londrina Battersea Power Station não é mais do que uma longínqua memória da capa de um disco dos Pink Floyd. Para outros, um postal de outros tempos, da central termoeléctrica que funcionou dos anos 30 até 1983. Mas, hoje em dia, do que se fala é no enorme processo de reabilitação de todo esse quarteirão, que promete mudar uma parte central de Londres, bem em frente ao Tamisa.

É uma das maiores obras de construção e desenvolvimento em curso em toda a Europa. O projecto para a Battersea Power Station , gerido por um consórcio de grandes empresas e fundos da Malásia, consiste em 17 hectares que vão incluir residências de luxo, escritórios, espaços comerciais e áreas comuns abertas à cidade. 

Neste momento, está em curso o processo de vendas, centrado nos quase quatro mil apartamentos. O ‘target' pretendido não engana, para casas numa área nobre de Londres assinadas pelos ateliers Gehry Partners e Foster + Partners. Os preços começam nas 495 mil libras para o estúdio mais "modesto", mas chegam aos vários milhões para apartamentos com mais divisões. Mas se o número de residências impressiona, o mesmo se pode dizer dos 352 mil metros quadrados destinados a escritórios e lojas. Aqui, o objectivo é trazer para Battersea as melhores marcas de todo o tipo de produtos. Exactamente por esse motivo, a equipa de vendas e de gestão do empreendimento embarcou em Outubro e Novembro numa volta ao mundo: a apresentação do projecto passou por Los Angeles, Nova Iorque, Tóquio, Paris ou Singapura. Em todos esses locais houve contactos com retalhistas de referência, de forma a começar a compor a oferta comercial de Battersea. Juntamente com as melhores marcas, haverá espaços dedicados a pequenos negócios locais, como talhos e padarias, por exemplo. 

Para além de todo um novo bairro, o projecto pretende interagir com a cidade, não se deixando isolar dela. Exemplo disso é a frente ribeirinha, onde vai ser criada uma doca aberta que providenciará uma das maiores extensões livres em frente ao Tamisa. Além do contacto com o rio, o empreendimento terá vários parques e miradouros, tentando responder às preocupações de impacto ambiental que um projecto desta dimensão acarreta. 

Para o conceito, a equipa de planeamento visitou vários bairros icónicos à volta do mundo. Entre eles esteve o Meatpacking District, de Nova Iorque, ou o bairro de Sant-Martin, em Paris. Conforme explicou recentemente o CEO do projecto da Battersea Power Station, em declarações à revista Monocle, esses bairros icónicos foram investigados a fundo, para perceber de que forma conseguiram criar uma atmosfera de bairro apesar do elevado investimento e do perigo de as zonas se tornarem impessoais. Para Rob Tincknell, "a coesão da nova comunidade que estamos a criar é a coisa mais importante". 

Ainda assim, as críticas já estão a surgir, devido a alguma especulação no segmento imobiliário. Um estúdio vendido há pouco tempo por um milhão de libras voltou agora ao mercado por 1,5 milhões. Problema: ainda não foi sequer construído, com muitos investidores a apostarem na valorização das casas com base na grande campanha de marketing que os promotores estão a realizar. As últimas fases de construção deverão terminar em 2018.

Uma coisa é certa: a Battersea Power Station está de volta, e as suas quatro gigantescas chaminés, completamente recuperadas, vão voltar a atrair londrinos e estrangeiros.

Fonte: Económico

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