A consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W) apresentou hoje o resumo da sua atividade a nível nacional do ano de 2014, e a sua perspetiva para 2015. Segundo Eric van Leuven, managing partner da consultora em Portugal, “O ano de 2014 foi excecional para o mercado imobiliário, com o regresso tão aguardado dos investidores estrangeiros ao nosso país, e com a recuperação dos mercados ocupacionais especialmente de escritórios e de retalho”.
“Quanto à atividade da Cushman & Wakefield, obtivemos um aumento de faturação na ordem dos 45% relativamente a 2013, o que representa um excelente resultado para a empresa que foi rentável em todas as linhas de serviços. Os departamentos com melhores resultados foram os de escritórios, que triplicou o seu volume de negócios, e os de investimento e retalho que duplicaram a sua faturação comparando com 2013. Também as áreas não-transacionais obtiveram resultados muito positivos, nomeadamente a área de gestão de imóveis e a de avaliações”, continua Eric van Leuven.
“O volume de investimento imobiliário no setor comercial em Portugal duplicou o valor registado em 2013, tendo atingido os 700 milhões de euros, dos quais 80% por parte de investidores estrangeiros. O último quadrimestre de 2014 viu as primeiras grandes aquisições por parte de alguns fundos de private equity, nomeadamente Blackstone e Meyer Bergman. Em 2015, é expetável que pretendam comprar mais, e que serão seguidos por outros com perfil de investimento semelhante”, conclui o responsável.
Em 2014, o departamento de investimento da C&W esteve envolvida em mais de 40% das transações registadas em Portugal, com destaque para a compra de um portfólio de imóveis de retalho e logística, da Blackstone à ESAF, o envolvimento na venda do Freeport, a venda do edifício Chiado 12 em representação da JPMorgan/Imopólis, e a transação de 4 edifícios para reabilitação urbana.
A equipa de escritórios, que obteve em 2014 os melhores resultados de sempre, esteve envolvida no arrendamento de cerca de 28.500 m2 de novos escritórios, nos quais se incluem a conclusão do arrendamento da totalidade da Torre Ocidente a várias entidades, para além de inúmeros processos de renegociação de contratos.
Atualmente, esta equipa tem a seu cargo a comercialização de cerca de 60.000 m2 de espaços na grande Lisboa, dos quais se destacam os edifícios Étoile 240, Avenida 252 e o Café Lisboa na Avenida da Liberdade; os edifícios Mar Vermelho, Adamastor e Art’s Business Center no Parque das Nações; e o Parque Suécia, o edifício Elevo, os Miraflores Premium 1 e 5 da MEAG e o portfólio IVG na Quinta da Fonte, todos na zona 7 – Corredor Oeste.
O departamento de retalho ultrapassou largamente o seu objetivo inicial. O destaque vai para as transações realizadas na Av. Da Liberdade que somaram mais de 4.000 m2, das quais se salientam a nova flagship store da Ermenegildo Zegna, da Hugo Boss, bem como as primeiras lojas em Portugal da Hackett, Cos e Juliana Herc, entre outras.
Na zona do Chiado, a equipa foi responsável por várias operações que incluíram a venda da Casa da Sorte a um investidor privado e consequente arrendamento à Confeitaria Alcoa, uma marca portuguesa de importância histórica.
Outras áreas igualmente importantes para a atividade de retalho da Cushman & Wakefield, são os centros comerciais e a representação de clientes. O recém-inaugurado Alegro de Setúbal, no qual a equipa esteve envolvida na comercialização, abriu portas em Novembro com uma taxa de ocupação próximo dos 100%. A representação de clientes internacionais continua em crescimento, sendo a Asics o seu mais recente cliente neste segmento, para a qual foram negociados dois importantes contratos em localizações prime nos centros Colombo e Vasco da Gama.
No âmbito da consultoria de retalho, setor que representou um crescimento de mais de 70% face a 2013, a C&W atuou para vários clientes internacionais, o que demonstra um reconhecimento da sua experiência e liderança no retalho em Portugal.
A equipa de industrial e terrenos teve um ano muito ativo apesar da estagnação que ainda se sente nesse mercado. O ano foi essencialmente marcado por diversos trabalhos de assessoria e de representação de inquilinos na renegociação de contratos e na identificação e negociação de novas soluções imobiliárias para ocupantes, tirando partido dos níveis elevados de oferta no mercado e das condições mais competitivas de arrendamento. Esteve ainda envolvida numa grande operação de arrendamento de espaço para logística com 11.100m² da antiga propriedade da Garcias em Alverca.
Por sua vez, também as equipas das áreas ditas não-transacionais registaram no ano passado resultados excecionais.
A equipa de gestão de imóveis teve um ano muito positivo, resultado da excelente performance dos ativos sob gestão, que se traduziu num renovado voto de confiança dos clientes e consequente consolidação dos mandatos existentes. Atualmente, este departamento tem 37 edifícios de escritórios, 6 centros comerciais e 4 unidades logísticas sob gestão, totalizando cerca de 340.000 m2 de área e um volume anual de rendas de 42 milhões de euros.
Quanto a avaliações, a equipa da C&W manteve a sua posição de líder de mercado com a avaliação anual de imóveis num valor global de mais de 20 mil milhões de euros, o que equivale a um aumento de 25% relativamente a 2013, incluindo ativos de retalho, escritórios, residencial, industrial e turismo. É de salientar este último setor teve um incremento de 10% no período homólogo, refletindo o interesse que os ativos de Hospitality apresentaram tanto para investidores portugueses como para internacionais.
A atividade do departamento de gestão de projetos em 2014 foi muito diversificada, destacando-se o projeto de licenciamento e de execução da nova Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Parque das Nações, bem como a fiscalização e coordenação de obra de uma igreja idêntica para o mesmo cliente em Santarém. Concluiu também projetos de arquitetura e gestão de projeto de remodelação dos escritórios para a Microstrategy, Accenture e Safilo, bem como a gestão de projeto para obras de remodelação na loja Footlocker do Almada Forum, entre outros.
O departamento de Research & Consultoria, na área de estudos de mercado, manteve uma forte atividade em projetos internacionais, com o desenvolvimento de estudos um pouco por toda a América Latina, tanto para investidores como retalhistas. Foi particularmente reforçado o trabalho próximo das instituições bancárias, maioritariamente através de análises de melhor uso alternativo - feitos em conjunto com a equipa de avaliações - como resposta à necessidade de adaptar os projetos a uma nova realidade.
No que diz respeito a previsões para 2015, Eric van Leuven comenta: “Encaramos 2015 com renovada confiança embora ainda de forma prudente devido à fragilidade da recuperação económica em Portugal e na Europa, e às tensões geopolíticas. Pelo lado positivo, o excesso de liquidez em muitas geografias e a procura de rendibilidade irão continuar a beneficiar o mercado português que, embora pequeno, periférico, e em recuperação, é também percecionado como sendo relativamente maduro, transparente e barato. Reabilitar continuará na ordem do dia, facilitado por um regime fiscal um pouco mais favorável e um processo de licenciamento um pouco mais flexível. Quanto aos escritórios, começam a escassear edifícios de qualidade e que ofereçam áreas amplas por piso, nomeadamente na zona do Parque das Nações. No entanto, a promoção de edifícios novos só se justificarão quando as rendas subirem pois ao nível atual a equação financeira não funcione. Prevemos ainda um continuado decréscimo das yields para produto prime, implicando ganho de valor”.
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