Reabilitação permanece elevada em Lisboa

Nas zonas históricas de Lisboa, reconverter um edifício de escritórios para hotel custa 700 a 800 €/m2. Consultoras imobiliárias apostam cada vez mais em edifícios para reabilitação. O nível de actividade na Reabilitação Urbana registou em Fevereiro uma quebra de 16,4%. Contudo, o índice relativo à Carteira de Encomendas na Reabilitação Urbana, segundo o Barómetro realizado pela AICCOPN, mantém-se em níveis elevados. Houve uma variação de 27,2%, face a Fevereiro de 2014, o que reflecte uma dinâmica positiva no mercado.

A reabilitação urbana tem sido, nos últimos anos, uma das áreas prioritárias de várias empresas de mediação e consultoria imobiliária. Nas suas carteiras são imprescindíveis imóveis que se destinam à recuperação e também o número de investidores que procuram este produto é crescente, sobretudo em zonas históricas de Lisboa.

Devido a essa necessidade a ERA tem um franquiado que acaba de reforçar esta aposta com a abertura da loja Chiado/Lapa, zona em que a compra para Reabilitação está a ganhar expressão.

Mário Feliciano, da ERA Chiado/Lapa, revela: «Observa-se uma procura significativa, de diversos tipos, quer do próprio com fins de habitação, quer de investidores com objetivos de rentabilização. Nestes últimos, muitos são estrangeiros e procuram também prédios para reabilitar com fins turísticos, visando desenvolver hotéis, hostels e apartamentos para short-renting. Alguns procuram também oportunidades de investimento para efeitos de obtenção de Golden Visa».

Também nestas zonas, o core do negócio mantém-se no mercado residencial em 'segunda mão' para habitação. No entanto, Mário Feliciano garante que se observa um significativo volume de negócios de reabilitação e de investimento, alguns com objectivos turísticos, com grande procura de prédios a este nível.

Seis meses após a inauguração da loja, a ERA Chiado/Lapa tem em carteira 300 imóveis que totalizam cerca de 100 milhões de euros. Mário Feliciano adianta ainda que o investimento na reabilitação por parte de estrangeiros e portugueses é bastante próximo, os portugueses mais com objetivos de revenda e os estrangeiros mais associados a projectos turísticos.

Também o departamento de consultoria da Worx revela que o peso da reabilitação no mercado imobiliário tem sido bastante elevado, sobretudo porque a falta de oferta qualificada na zona histórica e prime de Lisboa levou a uma maior procura de edifícios para reabilitar.

Procura elevada de edifício de pequena/média dimensão

Para fins habitacionais a Worx refere que se assiste a uma procura elevada de edifício de pequena/média dimensão entre os 500 e os 1.000 m2, sendo a localização um factor chave para os investidores. Essencialmente procuram a zona histórica da cidade e dentro das áreas mais pesquisadas estão a Avenida da Liberdade (incluindo as ruas paralelas e perpendiculares), a zona da Baixa e do Chiado até ao Bairro alto e também Campo de Ourique.

Investimentos entre cinco e dez milhões nos escritórios

Em relação a edifícios de escritórios, no último ano a procura é por edifícios em boas localizações e com áreas volumosas - entre os 3.000 e os 5.000m2 -, perfazendo investimentos totais que rondam os cinco e os dez milhões de euros. Muitas vezes, estes edifícios de escritórios serão reabilitados para habitação ou hotelaria.

Quanto aos custos de reabilitação, «variam bastante de edifício para edifício, dependendo muito do estado em que se encontra», indica a equipa da Worx, «ainda assim, podemos lançar alguns valores. Para reconversão de um edifício de escritórios para hotel, por exemplo, estamos a falar na ordem dos 700 e 800 euros/m2. Para edifícios de escritórios 500euros/m2 e habitação 600euros/m2. Mais IVA enquadrado com os incentivos fiscais que existem». 

Fonte: SOL