30 abril 2015

A reabilitação e o cluster do Turismo


Francisco Sottomayor, Diretor de Promoção da CBRE
Recentemente, a CBRE organizou com a sua participada Neoturis uma miniconferência sobre o título “O Cluster Turismo e a Reabilitação Urbana”. A conferência foi organizada no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, um evento que cresce de ano para ano, não só em participantes mas essencialmente em qualidade.


Espelhando o entusiasmo que o setor do turismo tem despertado em Lisboa, a sala encheu-se para analisar o tema em duas perspetivas: um painel sobre a dinâmica da oferta e outro sobre fontes e estruturação de financiamento.

Para nos ajudar a refletir sobre a oferta de alojamento turístico convidámos três empresários cujos negócios entendemos representarem o que de melhor se faz em Lisboa nos três segmentos da oferta que abordámos: os Hotéis, os Hostels e os Short Term Rentals.

A uma só voz, Rodrigo Machaz da Memmo Hotels, João Teixeira da Destinations Hostels e Nuno Gomes de Pinho dos Lisbonnaire Apartments, expuseram uma visão do turismo em Lisboa tão otimista como personalizada.

Na introdução da conferência referimos que estes três empreendedores têm algumas características comuns: a juventude, a criatividade na forma como encontram soluções para os desafios dos seus negócios e o facto de “nivelarem por cima”, desafiando a concorrência a ir mais além. A troca de impressões que teve lugar foi prova bastante do que afirmámos.

Foi particularmente interessante verificar como as três tipologias perfeitamente tipificadas em termos da proposta de valor que propõe aos seus clientes olham para os outros segmentos na procura de interesses e soluções comuns.

No decurso da conferência procurámos identificar a dinâmica da procura. Na hotelaria os dados publicados pelo Observatório de Turismo de Lisboa são muito claros: a oferta na cidade de Lisboa tem crescido a um ritmo sustentado de 35% na última década em termos absolutos, ritmo esse que acelerou nos últimos anos. A boa notícia é que, contra uma oferta a crescer 3,8% nos últimos 5 anos, a procura regista um crescimento bem mais acentuado, 7,9% no período homólogo.

Tentámos igualmente recolher alguns dados da evolução da oferta das camas em Hostels e em Apartamentos de curta duração, mas o facto é que não existe qualquer estatística oficial sobre estes “novos” tipos de alojamento, que têm crescido exponencialmente nos últimos anos.

Dados não oficiais apontam para a existência de cerca de 60 hostels em Lisboa e cerca de 5 mil camas. Uma busca rápida no site de referência para procura de alojamento em apartamento, o airbnb, encontra mais de mil apartamentos disponíveis, o que permite estimar que existirão cerca de 5 mil camas adicionais neste tipo de alojamento.

Ou seja, às cerca de 35 mil camas de hotel em Lisboa acrescem cerca de 10 mil em alojamentos alternativos. É uma realidade verdadeiramente espantosa. Espantosa é igualmente a falta de atenção de quem de direito para a necessidade de monitorizar estes tipos de alojamento.

Por Francisco Sottomayor, Diretor de Promoção da CBRE
Fonte: OJE

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