O ano de 2014, foi um ano de viragem para o mercado de escritórios em Lisboa, com uma área total colocada de 127.000m², onde teremos de recuar até 2008, para encontrar um ano com um nível de absorção superior a este. Há que reforçar este excelente resultado, tendo em consideração que a referencia anterior (2013), representou o pior ano de sempre com um total de área contratada de 77.000m².
Analisando o número de transações associadas ao “Take Up” de 2014, em que num universo de 239 negócios realizados, apenas um foi registado como venda, as demais, foram operações de arrendamento.
Tendo esta métrica como análise, o número de vendas de escritórios no nosso mercado, tendo por base a compra direta pelo utilizador final é muito reduzida quando comparada com o número de transações de arrendamento. Vejamos que, analisando os anos de 2011 e 2012, foram transaccionados 10.000m² respetivamente, tendo em 2013, quebrado o número de metros quadrados colocados, mantendo o mesmo número de transações, o que, resulta de um maior movimento de vendas dentro das PME’s.
Desde sempre que identificamos procuras para a compra de escritórios (dentro da filosofia de utilizador final), principalmente de empresas nacionais e de alguns sectores de atividade e profissionais liberais. O número de procuras diminuo significativamente nos últimos 3 anos, tendo como principal justificação a dificuldade de acesso a crédito, que associado à quebra das rendas de mercado, tendencialmente as empresas optaram pelo arrendamento das suas instalações.
Com o início de 2015, podemos também afirmar a evolução positiva deste modelo de negócio, com um aumento significativo da procura para aquisição.
Identificamos como principais fatores para esta mudança, o aumento da confiança e maior disponibilidade financeira por parte das empresas.
Perante esta realidade, a maior dificuldade prende-se com a oferta de escritórios para venda, que é reduzida em algumas zonas de Lisboa e dentro da existente muitos dos escritórios apresentam uma qualidade reduzida. Mantendo-se esta tendência e analisadas devidamente as zonas mais apetecidas pelos compradores, poderá representar uma oportunidade para a promoção/reabilitação de edifícios de escritórios com a finalidade de venda.
Relativamente ao mercado de arrendamento, o início de 2015, analisando a área transacionada nos primeiros dois meses, que totalizam 19.152m², representa uma subida fase a igual período de 2014, de mais 8.261m². Mantendo-se esta evolução positiva, estamos seguramente perante mais um ano de sucesso no nosso mercado de escritórios.
Por Eduardo Fonseca - Director Departamento de Escritórios da Aguirre Newman
artigo publicado em Jornal Arquitecturas
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