A empresa EuroEstates realizou um leilão com stock imobiliário da banca em cada 15 dias. Os imóveis comerciais como lojas ou espaços de escritórios têm vindo a aumentar o seu peso nos lotes de produtos que são canalizados para leilões imobiliários ainda que as casas a custo atrativo continuem a ser o principal fator a trazer compradores a estas iniciativas. Mas não só. Alguns bancos têm também tentado alienar, via leilões, ativos de valores muito significativos como prédios completos (alguns inacabados), que pertenciam a construtores/promotores que entretanto faliram e também unidades industriais.
A EuroEstates, principal operadora do mercado na organização de leilões imobiliários, realizou no ano passado 22 leilões com imóveis de norte a sul do país nos lotes para licitação. Ou seja, quase um em cada quinze dias. Assim, a banca, a braços com stocks elevados de imóveis resgatados que resultaram de incumprimentos nas prestações mensais, levou a leilão, através da EuroEstates, cerca de 1100 imóveis, dos quais cerca de 700 foram alienados. Sinal das novas tendências deste mercado é a inclusão de um número crescente de lojas à venda nos leilões e não só.
"Neste momento, cerca de 20% dos imóveis leiloados são comerciais e 80% residenciais. Mas há quatro ou cinco anos, os imóveis comerciais não iam além dos 5%", explica Pedro Girão, administrador da EuroEstates. "A maioria dos imóveis leiloados é, no entanto, de casas concentradas nas áreas periféricas de Lisboa e Porto, ainda que se abranja um raio de ação que vai até aos 150 quilómetros. Nos leilões em Lisboa já temos vendido casas em Setúbal e nos do Porto imóveis localizados em Braga, por exemplo", diz o responsável da EuroEstates, que vai levar a leilão mais de 100 imóveis no fim de semana de 25 e 26 de abril, nas cidades do Porto e Lisboa, com preços de licitação entre €29.500 e €260.000.
Em termos globais, nas iniciativas que a empresa realizou no último ano. o valor médio dos imóveis transacionados foi de €70 mil e o preço médio de desconto rondou os 30%. "O importante é que se assegure que o preço de saída seja atrativo pois isso garante o sucesso do leilão", diz Pedro Girão, realçando que em alguns casos, quando os imóveis estão localizados nas zonas prime das cidades, as valorizações das casas arrematadas podem chegar facilmente aos 60%.
Um prédio inteiro em leilão
Menos habituais até porque estão restritos apenas a grandes investidores, são os leilões que envolvem prédios inteiros ou unidades industriais. A EuroEstates realizou três deste tipo no ano passado. "Neste caso, a abordagem aos investidores passa pela receção de propostas em carta fechada seguida de leilão físico. O preço de saída destes imóveis foi sempre superior a um milhão de euros". É habitual nestes casos, o banco tentar alienar um edifício inteiro, mesmo que esteja inacabado. "Um dos empreendimentos vendidos é um edifício localizado no norte do país, com 12 apartamentos a que faltavam os acabamentos", exemplifica.
Por enquanto, estes leilões mais institucionais atraem apenas investidores nacionais. "Mas nos leilões de imóveis residenciais há um número crescente de compradores estrangeiros como chineses e franceses", remata ainda Pedro Girão.
Fonte: Expresso
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