18 abril 2015

Imobiliário em alta. Quais são as zonas mais caras em Portugal?


Valor das casas nos locais de maior procura está a subir. Lisboa lidera nos preços e a procura por parte de estrangeiros influenciou a valorização dos imóveis nalguns locais. Lisboa, Cascais, Oeiras e Porto são as zonas do país onde os preços médios das casas atingiram os valores mais altos do mercado. A análise, por freguesia, mostra ainda que o interesse dos estrangeiros direcionou a valorização dos imóveis para determinados locais, e é onde hoje se regista maior pressão destes clientes, com poder de compra, que se encontram também os preços mais elevados por metro quadrado.


Na capital, é na freguesia de Santo António, que inclui entre outras as Amoreiras, a Rua Castilho ou a Avenida da Liberdade, que se pratica o metro quadrado mais elevado do país. Uma casa do segmento de luxo com 150 m2 custa pouco acima de um milhão e na gama média €580 mil. Números do SIR (Sistema de Informação Residencial da Confidencial Imobiliário, empresa independente orientada para os profissionais do sector) mostram ainda que, no top3 do ranking dos imóveis da gama média mais caros em Lisboa, se encontra a freguesia da Misericórdia (onde se localizam o Chiado e a Estrela) e as Avenidas Novas, onde o metro quadrado da gama média é de €3.588 mas a gama alta dispara para os €6.800. A freguesia de Santa Maria Maior (Sé, Castelo, entre outros bairros) já ultrapassa a do Parque das Nações, e ocupam respetivamente quarta e quinta posições.

No concelho de Cascais repete-se a tendência: o m2 praticado no centro desta vila e também no Estoril - €4.474 para o segmento de luxo - quase duplica o de São Domingos de Rana, onde a procura é assegurada pelos nacionais. No concelho de Oeiras, Algés e Linda-a-Velha lideram a tabela dos preços com €3.055 no luxo e no Porto é o centro histórico que apresenta os preços mais elevados.

Preços começam a subir

Depois da crise que se prolongou por quase seis anos, os preços começaram a sofrer uma inflexão. Ricardo Guimarães, diretor do Confidencial Imobiliário, lembra que os preços das casas caíram, em média, em todo o mercado nacional cerca de 22% desde 2007. "Mas globalmente os preços já não estão a cair. Começaram a estabilizar em 2013 e a subir, de forma lenta e consolidada, em 2014". Em Lisboa, por exemplo, subiram 5,3%.
Mesmo assim, diz o diretor de operações da Remax Portugal, Bruno Andrade, os preços ainda não se equiparam aos que eram praticados no período pré-crise, em 2007, quando o mercado funcionava em alta, muito à custa do crédito à habitação. "Para os imóveis da gama média, fora das zonas de maior procura, os preços atuais ainda estão cerca de 20% abaixo daqueles que eram praticados antes da crise", diz este responsável. E nas zonas em alta, como Lisboa e Cascais, por exemplo, cerca de 10% menos do que em 2010.
Um dado que associado à crescente procura do mercado leva Miguel Poisson, administrador da ERA, a afirmar que existe margem para os preços começarem a subir, mas de forma controlada. "Até porque já se começa a notar falta de produto localizado procurado por estrangeiros". 

Ricardo Sousa, administrador da Century 21, corrobora e acrescenta que os preços praticados em Portugal são muito competitivos e mesmo nas zonas prime de Lisboa estão muito abaixo do que é praticado em outras capitais europeias. "Basta olhar para o lado: em Madrid, onde os chineses também estão a comprar muito por causa dos vistos gold, os preços por m2 chegam aos €10 mil." 

Apesar do frenesim provocado pelos das estrangeiros, todos os players do mercado referem que 2015 vai ser o ano de regresso dos compradores nacionais. "As famílias portuguesas vão ser o motor do imobiliário em 2015", afirma o CE0 da Century 21.

A retoma no crédito à habitação está por detrás deste novo impulso que começou já a ser sentido pelos grandes grupos imobiliários. "Quando não há crédito, não há procura. E essa foi a razão pela qual tivemos nos últimos quatro anos casas a serem vendidas abaixo do preço normal. À medida que a banca concede crédito, as pessoas compram e as zonas tenderão a valorizar-se", refere o administrador da ERA. 

Para além das zonas que atualmente já começam a sofrer uma valorização, os especialistas destacam outras com potencial para subir onde se inclui o Algarve e a norte - além da dinâmica que já se sente no centro histórico do Porto - também todo o eixo da Foz até Matosinhos e, na costa da Prata, com destaque para a Lourinhã e as Caldas da Rainha.

VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA 
  • A zona mais cara do país para comprar casa é a freguesia de Santo António de Lisboa, onde se incluem, entre outras, a Rua Castilho, Amoreiras ou a Avenida da Liberdade. No segmento médio, os preços situam-se nos €3.860/m2. Na gama alta disparam para os €6.934/m2 
  • Marvila e Beato apresentam os preços mais baratos da capital. Um apartamento com 150 m2 pode custar menos de €230 mil 
  • As freguesias de Cascais e Estoril registam os preços mais elevados do concelho de Cascais — cerca de €2.300 para a gama média e €4.475 para a alta
Fonte: Expresso

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