Os preços das casas nas zonas históricas de Lisboa e do Porto vão continuar a subir em 2015 devido ao aumento dos serviços causado pelo crescimento do turismo e procura internacional, disseram à Lusa responsáveis de imobiliárias. As zonas históricas vão continuar a valorizar-se no Porto e em Lisboa face ao "aumento tremendo do turismo, o que faz subir os serviços, e, consequentemente, a recuperação e a valorização dos edifícios", explicou Rui Torgal, director de operações da ERA.
Na capital, a procura deve ser grande no "eixo Campolide - Chiado - Príncipe Real", com o responsável a enumerar ainda as zonas da Estrela, Amoreiras.
Além disso, zonas que até agora eram menos procuradas, como a Avenida Almirante Reis, terão "um potencial de valorização enorme", podendo ultrapassar os 20%, avançou o responsável.
"Há uma série de zonas em Lisboa que vão funcionar por tendências, porque determinado tipo de classes, sejam artistas ou outros, acabam por se fixar lá e, com isso, arrastam outras pessoas", comentou o diretor, fazendo um paralelismo com o que ocorreu na Miguel Bombarda, no Porto, com a fixação ali de designers, artistas e galerias.
Rui Torgal recordou ainda que locais "mal frequentados" noutras metrópoles do mundo passaram a "muito frequentados", exemplificando com o 'Meatpacking District', em Nova Iorque.
"Eu estimo que possam existir aumentos [de procura de imóveis] entre os 20 e os 30%, se calhar não logo porque o mercado está a recuperar", pelo que, num primeiro momento, a subida seria de "03 a 05%, mas, com o tempo, [falar em] mais de 20% não será um exagero, nem será descabido em termos de aumento" para zonas como a Almirante Reis, admitiu.
No Príncipe Real, por exemplo, as estimativas são de valorizações de "10 ou 15%", referiu.
No Porto, a zona da Boavista continuará a ser "zona nobre da cidade", até porque existe uma "tendência de as pessoas gostarem de viver no centro da cidade" e porque recuperar casas usadas "deixou de ser um nicho", argumentou.
No entanto, áreas como Paranhos e Matosinhos apresentam-se, segundo o responsável da ERA, como tendo potencial.
Para Rui Torgal, a valorização continuará a registar-se na zona de Paranhos, por ser a freguesia da Europa com mais universidades, havendo muita gente a comprar para vender ou para arrendar devido ao "retorno que gera".
Também a subir estarão os preços em Matosinhos, "cada vez mais apetecível graças às intervenções dos [arquitectos] Souto Moura e Siza Vieira, e quer "na parte de baixo, junto ao mar, quer na Senhora da Hora, aos grandes empreendimentos da [empresa] Sonae", acrescentou.
Também Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, espera que se mantenha a "tendência positiva" em 2015, "registando-se um aumento das transacções de compra, mas com uma estabilização dos preços na maioria dos mercados".
A "condicionar positivamente estará a procura internacional, um sentimento de confiança por parte dos portugueses, os indicadores de crescimento da economia e as expectativas de recuperação do emprego", disse este responsável, apontando ainda o regresso ao mercado das famílias.
As zonas com maior potencial de valorização são as "zonas centrais e históricas de Lisboa, do Porto e de algumas cidades do Algarve", defendeu, considerando ser aí que se "concentra a procura internacional", mas "a oferta nestes locais ser limitada".
Quanto a preços de casas, Ricardo Sousa referiu que não se devem registar "subidas reais muito significativas, salvo alguns casos muito pontuais" até agora pouco procurada.
O mercado internacional e o turismo residencial "estão, de facto, a trazer nova vida a muitas zonas da cidade de Lisboa que, tradicionalmente, não eram as preferidas para este tipo de investimento, atraindo mais comércio e actividades de lazer, restauração e serviços", justificou.
Fonte: Negócios / Foto: Gonçalo Bordalo
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