Nível das taxas de juro e confiança dos consumidores justificam decisões de consumo. Há muito que a banca nacional diz ter reunidas as condições para aumentar a concessão de crédito, nomeadamente a particulares, colocando o ónus da falta de financiamento na reduzida procura.
Uma dinâmica que parece finalmente começar a inverter-se, tendo em conta os testemunhos dos cinco maiores bancos nacionais ontem publicados pelo regulador no inquérito trimestral ao mercado de crédito.
Pela primeira vez desde meados de 2011, com o pedido de resgate internacional do país e a subida fulgurante dos ‘spreads' oferecidos pela banca portuguesa, as instituições reportam um aumento da procura de crédito por parte dos particulares. Três dos cinco bancos ouvidos dizem que a procura aumentou ligeiramente, enquanto duas instituições afirmam que permaneceu praticamente inalterada.
Entre as razões que levaram a esse aumento da procura destaque para a descida do nível geral das taxas de juro - um fator que foi referido por quatro bancos - mas também para a confiança dos consumidores e para as perspectivas de subida nos preços da habitação, razões apontadas por dois bancos. A confiança dos consumidores e o nível das taxas de juro levaram também a um aumento da procura por crédito ao consumo, embora aqui a razão preponderante para este aumento tenha sido, segundo a banca, as despesas de consumo relativas a bens duradouros, como por exemplo, automóveis ou mobiliário, opções de consumo há muito adiadas pelos portugueses.
Uma tendência que, quatro dos cinco bancos ouvidos, acreditam que se manterá nos próximos três meses. No entanto, embora perspectivem um aumento ligeiro da procura nos próximos meses, a maioria não antecipa alterações nos critérios seguidos para aprovação de créditos.
Fonte: Diário Económico
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