30 abril 2015

Prestações do crédito à habitação tocam mínimos antes das taxas negativas


A Euribor a três meses está em -0,005%. Está negativa, mas a média do mês, que serve de referência para as revisões a realizar em Maio, ainda foi positiva. O menos só deverá fazer efeito nas revisões em Junho. As prestações do crédito à habitação vão voltar a descer. Os contratos revistos no próximo mês contarão com as mensalidades mais baixas de sempre, com a média da Euribor a apanhar os primeiros dias com juros negativos. Mas só as famílias com contratos actualizados em Junho poderão experimentar o impacto de uma prestação calculada com um sinal de menos.


Há muito que as Euribor têm vindo a descer, mas neste mês a o queda foi acentuada. Tanto na de três meses como na de seis, as principais referências nos créditos em Portugal. Mas a de três destacou-se por passar para "terreno" negativo: chegou a -0.005%. A média mensal, contudo, continuou positiva: 0,005% (0,074% na Euribor a seis meses). 

Tendo em conta a média mensal em Abril, um contrato de crédito à habitação de 100 mil euros, a 30 anos, com um "spread" de 0.7% que seja revisto em Maio, vai beneficiar de um novo mínimo histórico na mensalidade. No caso do indexante ser a taxa a três meses, há urna queda de 0,84%, de 310,87 para 308,27 euros, mas é mais expressiva na Euribor a seis meses: cai 1,57%. A prestação baixa de 316,34 para 311,36 euros. 

À espera de Junho 

Apesar de não sentirem já o efeito das taxas negativas, as famílias portuguesas poderão senti-lo muito em breve. A taxa a três meses está em -0,005%. E, de acordo com os contratos futuros, deverá manter-se em "terreno" negativo nos próximos meses, chegando a -0,01.5%o em Julho. Mas a média mensal, que é a utilizada no cálculo das prestações, poderá ser já negativa em Maio, o que permitirá às famílias com revisão em Junho sentirem o efeito na mensalidade no mês seguinte. 

O impacto não deverá ser, contudo, muito expressivo face às prestações actuais. É que tendo em conta o baixo nível a que a taxa já está, é o "spread" associado a cada contrato que tem maior peso na definição da mensalidade a pagar ao final de cada mês ao banco. Ainda assim permitirá alguma poupança.

Bancos europeus dão mais crédito 

Pela primeira vez em 36 meses, as instituições financeiras da Zona Euro aumentaram a concessão de crédito à economia, em Março. Os empréstimos concedidos pelos bancos da região, tanto a empresas como a famílias, aumentaram 0,1% face ao mesmo mês do ano passado e cresceram 0,2% face a Fevereiro, revelou o Banco Central Europeu (BCE), esta quarta-feira. Esta evolução positiva revela que o programa de estímulos sem precedentes que a autoridade monetária colocou em marcha no mês passado começa a ter efeito na economia real. Mario Draghi revelou, no início do ano, que o BCE pretende comprar 1,1 biliões de euros em títulos de dívida até Setembro de 2016. "Com a sua posição mais agressiva, o BCE está finalmente a trazer a Zona Euro de volta à tendência de crescimento", afirmou Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank, à Bloomberg. 

Fonte: Negócios

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