Há quase 30 mil casas de férias disponíveis em apenas três plataformas online. Os portugueses estão cada vez mais a trocar os hotéis por casas particulares para passar férias. E se antes isto era um negócio estranho, actualmente é algo muito na moda e ridiculamente mais barato, sobretudo no caso de famílias grandes.
É que levar toda a família para um hotel aceitável continua a implicar um gasto avultado, e o campismo ou um hostel não são para todos. A moda tornou-se moda – passe o pleonasmo – com o surgimento do Airbnb, uma plataforma online que agrega a oferta de alojamento em mais de 34 mil cidades e 190 países. O facto de haver uma intermediário entre quem oferece e quem procura dá alguma segurança extra aos clientes, e o negócio vai de vento em popa.
Em Portugal, o Airbnb oferece actualmente 22 700 imóveis e cresce a um ritmo de 70% ao ano. Andreu Castellano, responsável de comunicação do Airbnb para Portugal e Espanha, conta ao i que “os anfitriões portugueses são muito acolhedores e fazem o que for preciso para garantir aos viajantes uma experiência única”. E acrescenta que “têm orgulho no país e na cultura e gostam de o mostrar. Nesse sentido, muitos deles preparam cestas com produtos nacionais tradicionais como vinho, queijo ou enlatados para oferecer aos seus hóspedes”.
Para além do Airbnb – que se dedica exclusivamente a isto –, os sites OLX e Imovirtual também registaram subidas significativas na procura e na oferta de casas de férias. No mês passado, só o OLX registou uma subida de 25% nas visitas ao portal para a opção “Casas de férias”. Mas a oferta não fica atrás e o site tem registado um aparecimento de, em média, 180 imóveis por dia para alugueres em período de férias, revela a empresa em comunicado.
Também os pedidos de contacto entre interessados e senhorios subiram na ordem dos 25% entre Março e Abril. Actualmente, o OLX conta com 4200 imóveis disponíveis para casas de férias. E o Algarve, sem surpresa, lidera a região com mais oferta. Leiria e Setúbal são os distritos que se seguem a Faro, sendo Junho e Julho os meses com mais procura.
O Imovirtual, por seu lado, tem 1800 imóveis para férias no país, com o sul a liderar também a oferta.
Castellano revelou que “Portugal é um mercado que tem crescido um pouco mais rapidamente que os maiores mercados europeus” e que a empresa está a olhar com muita atenção para o país. O responsável acredita ainda que o facto de Portugal ter aprovado recentemente – no final do ano passado – legislação que regula esta área de actividade contribui para o desenvolvimento do negócio.
E o turismo, à partida, agradece. Já em 2015, o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, apelidou a partilha de casas como “um fenómeno que veio para ficar e que não cabe ao governo travar nem limitar”. Escolher uma casa no meio de um bairro típico, poder viver como se estivesse em casa a um preço acessível, sobretudo se viajar com a família, são algumas das vantagens que levam os portugueses a procurar este tipo de negócios.
O surgimento deste novo tipo de oferta não parece, para já, estar a ter impacto nas unidades hoteleiras, pelo menos em Portugal. Os hotéis associados da Associação da Hotelaria de Portugal previam que, no final de 2014, todos os indicadores – ocupação média e preço por quarto disponível – melhorassem, com a procura externa a aumentar. No ano passado, a taxa de ocupação média foi de 59%, enquanto o preço por quarto disponível, ou RevPar, se fixou nos 67,11 euros.
Contas feitas, parece que o número de turistas, nacionais ou estrangeiros, está efectivamente a aumentar, e não apenas a optar por uma opção em detrimento de outra.
Fonte: iOnline
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