22 maio 2015

“Sempre segui a minha vocação”


“Tenho os meus alicerces bem fortes para ir erguendo os meus edifícios”. Patrícia Barão sempre teve predisposição para a vertente comercial, sobretudo pelo toque especial que a caracteriza no contacto com as pessoas, na definição de estratégias e no cumprimento de objetivos. Na JLL desde o início deste ano, Patrícia Barão foi convidada a liderar o Departamento Residencial da consultora imobiliária que decidiu apostar no mercado habitacional como nova área de negócio. “Estou muito confiante de que esta será uma das áreas com maior potencial nos próximos”, assegurou a responsável. Com a criação deste departamento, a JLL é agora a única consultora “one stop shop” para os investidores internacionais.


Presente em Portugal desde 1997, a JLL tem desenvolvido a sua atividade em torno dos mercados de escritórios e retalho, aos quais proporciona uma vasta gama de serviços. Recentemente investiram numa nova área de negócio, o mercado habitacional. Que balanço é possível fazer, desde já, desta aposta?
O balanço é muito positivo. Com a criação do Departamento Residencial, a JLL Portugal é agora a única consultora “one stop shop”. Hoje, os investidores internacionais têm numa única consultora todos os serviços que precisam para apostarem em Portugal, desde os serviços de investimento, consultoria estratégica e gestão de projeto, tirando partido da rede global da JLL no mundo. Estou, por isso, muito confiante de que esta será uma das áreas com maior potencial nos próximos anos.

Numa primeira fase quais são os principais objetivos do Departamento Residencial da JLL? Quantos projetos habitacionais têm, até ao momento, em comercialização?
O principal objetivo é complementar todos os serviços que já são prestados pela JLL e fechar o ciclo do investimento mobiliário.
O Departamento Residencial da JLL pretende não só criar plataformas de comercialização que potenciem o produto e dinamizem os canais de venda junto de potenciais clientes, mas também criar valor através da prestação de serviços nas áreas da consultoria e marketing, com o objetivo de apoiar os clientes na definição, posicionamento e divulgação dos seus produtos imobiliários Neste momento estamos a preparar o lançamento de sete novos projetos. 

A criação deste departamento foi impulsionada, entre outros fatores, pelo facto de Portugal ser hoje um dos melhores países para sem habitação. O que torna o nosso país tão peculiar neste segmento?
Portugal está hoje no mapa dos investidores internacionais e são várias as razões que tornam o nosso país atrativo. O turismo em Portugal cresce acima da média europeia e mundial, e só para ter uma ideia deste aumento, o turismo francês cresceu 25% em 2013. As alterações no Regime de Arrendamento Urbano, que vieram abrir o caminho para a liberalização no mercado de arrendamento, a legislação da Autorização de Residência para efeitos de Investimento e o regime fiscal do Estatuto de Residente não Habitual são outras das motivações. Todos estes fatores associados às excelentes infraestruturas, aos incentivos fiscais, nomeadamente o IVA que nas obras de reabilitação urbana é de 6%, e às características que tão bem conhecemos do nosso país, colocam Portugal no radar dos investidores. 

Há quem defenda que o mercado imobiliário está a dar sinais positivos e a perspetiva para 2015 é de que esses sinais se mantenham. Concorda? Neste sentido, qual a importância da crescente procura de imóveis por parte de estrangeiros? O arrendamento continuará a ser uma aposta forte?
Concordo. Desde o final de 2013 e ao longo de 2014 que começou a ser visível uma recuperação no setor, em particular na área metropolitana de Lisboa. Esta evolução positiva continuou a dar sinais de se manter com um crescimento da procura no primeiro trimestre de 2015. Este crescimento é, sobretudo, impulsionado pelo investimento estrangeiro, por todas as razões que referi anteriormente.
Neste momento temos o mercado de arrendamento verdadeiramente atrativo, numa perspetiva de investimento, tendo sido criado um novo mercado de arrendamento turístico que veio proporcionar aos investidores a rentabilidade que procuravam.

Está na JLL desde o início deste ano. Como tem corrido este momento da sua carreira?
Tem sido uma experiência ótima. A JLL é uma grande empresa, a rede internacional é incrível, são 230 escritórios em 80 países e o networking é incontornável. Foi, sem dúvida, mais um passo em frente na minha carreira.

Qual é o balanço que faz de uma vida profissional tão vasta e bem sucedida? No início da sua vida profissional esperava alcançar o que tem hoje?
Posso dizer que o balanço da minha vida profissional é muito positivo. Estou muito feliz por estar onde estou hoje, de ter alcançado tudo o que já alcancei e, acima de tudo, continuar a trabalhar para fazer sempre mais e melhor. Sempre acreditei que com muito trabalho e dedicação se alcança o sucesso. Se concentrarmos a nossa mente, e o nosso coração, nas metas que pretendemos conquistar, conseguimos lá chegar!

Se, no passado, se dizia com regularidade que “atrás de um grande homem existe uma grande mulher”, hoje, quase que podemos dizer que os sujeitos trocaram de posição. O que existe por trás ou ao lado de Patrícia Barão? Quais são os seus alicerces? 
Já dizia a sabedoria persa: “não ergas alto um edifício sem fortes alicerces”. O meu maior alicerce sou eu! Fui aprendendo que tudo depende de nós, da nossa força e do facto de acreditarmos em nós e naquilo que somos capazes de fazer. Agora vai soar a cliché, mas ao meu lado está a minha família, o meu marido, os meus filhos, os meus pais, as minhas irmãs e o resto da família que eu escolhi: os meus amigos. Posso dizer que tenho os meus alicerces bem fortes para ir erguendo os meus edifícios.

A forma de pensar e de observar é diferente num homem e numa mulher. Na sua opinião, o que distingue uma liderança no feminino de uma liderança no masculino? Quais são as mais valias de, numa mesma organização, como é o caso da JLL, existirem em cargos de direção tantos homens como mulheres?
A liderança dos homens e das mulheres é diferente porque simplesmente as raízes desta diferença são muito profundas. Ao longo dos anos temos assistido a grandes transformações. A figura do homem provedor e da mulher responsável pela criação dos filhos e pela condução do lar passou a dar lugar a casais a dividir responsabilidades, e a mulher a participar no orçamento familiar. O estereótipo da mulher como o sexo frágil, passivo e dependente, foi dando lugar à mulher versátil, persuasiva e independente. A partir da quebra deste paradigma, as mulheres têm vindo a ocupar cargos de liderança, apesar de esta percentagem ser de apenas 24%. Hoje as empresas procuram estratégias que as tornem mais ágeis na tomada das suas decisões, mais adaptáveis às constantes mudanças e a um ambiente mais flexível nas negociações com os seus clientes internos e externos. E a verdade é que se tem encontrado nas lideranças femininas as características que vão ao encontro destas necessidades. Quer os homens quer as mulheres possuem atributos peculiares para o desempenho destas lideranças, sejam elas definidas por características de género, competência, habilidades ou atitudes. Liderar significa conduzir, motivar, orientar, agregar pessoas e ideias, e o segredo do sucesso das empresas está na capacidade de ter as pessoas certas nos cargos certos. Coincidência ou não, a JLL é uma empresa que tem mais mulheres que homens nos quadros de direção. 

Ser mulher, em algum momento da sua carreira, foi um impeditivo ou colocou algum tipo de entrave à realização de um objetivo? Em que medida?
Não, nunca senti qualquer impedimento ou entrave pelo facto de ser mulher. 

Igualdade entre homens e mulheres é um princípio intrínseco à Constituição da República Portuguesa. Na sua opinião, discriminação baseada no género continua a ser uma expressão pesada no seio da sociedade portuguesa?
A igualdade entre mulheres e homens foi definida como uma tarefa prioritária pelo Governo Português. Esta promoção da igualdade do género é um dos motores para o desenvolvimento do país e não deve ser considerada nunca uma expressão pesada. Investir nesta igualdade é fundamental para melhorar as condições da sociedade portuguesa e está comprovado que apresenta um efeito multiplicador na produtividade, eficiência e crescimento económico sustentável.

Fazendo um balanço da sua vida profissional que metas ainda lhe falta atingir? Quais são as suas ambições e de que forma as mesmas se cruzarão com os objetivos da JLL?
O balanço da minha vida profissional é muito positivo. Acima de tudo orgulho-me muito do meu percurso e do espaço que fui ganhando ao longo dos anos. Sempre segui a minha vocação, que é a área comercial, gosto especialmente de lidar com pessoas, de definir estratégias e de cumprir objetivos. Tive a sorte de me cruzar, na minha vida profissional, com verdadeiros mestres que continuam ainda hoje a ser os meus mentores. Tenho uma filosofia de vida em que agradeço todos os dias por tudo o que tenho e acredito sempre que o melhor ainda está para vir!

Fonte: Pontos de Vista

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