26 julho 2015

Deco aconselha cautelas na contratação de crédito à habitação


Numa altura em que os preços das casas ainda estão baixos e a economia portuguesa apresenta os primeiros sinais de retoma, é boa altura para comprar casa. Aparentemente, tudo leva a crer que sim. Com a Euribor e os spreads em queda, os custos do crédito à habitação estão a baixar. 

Contudo, alerta a Deco - Associação para a Defesa do Consumidor, “os bancos comercializam produtos financeiros, em conjunto com o contrato de crédito, cuja compreensão não está ao alcance da generalidade dos consumidores”. Acrescenta, “se a Euribor - indexante utilizado na maioria dos contratos - está a bater na trave do zero em todos os prazos e, a três meses, já caiu para valores abaixo desta fasquia, o spread - margem de lucro dos bancos - também tem vindo a decrescer para números mais razoáveis”. Esta situação pode fazer variar o prazo, o montante, o valor da avaliação e o indexante, de modo a obter a combinação mais favorável.

Alerta a Deco, “não significa que a conjuntura esteja de feição. Não são todos os consumidores que conseguem aceder às condições mais vantajosas. Os melhores negócios são, em regra, propostos a quem peça um empréstimo com uma mais baixa relação entre o financiamento e a garantia e contrate mais produtos no banco”.

Apesar de os bancos estarem novamente a apostar na concessão de crédito, a Deco adverte que o consumidor deve ter em atenção que o acesso ao crédito está agora mais difícil. “Não só a avaliação do risco associado ao cliente se tornou mais exigente como a percentagem de financiamento face ao valor da avaliação é mais reduzida. Apenas uma pequena parte dos bancos empresta acima de 80% do valor da avaliação e, nestes casos, não é de esperar que consiga as condições mais vantajosas”. 

No geral, o spread é menor para percentagens de financiamento mais reduzidas. Porém, o cross-selling – a contratação de produtos para obter a redução máxima no spread – nem sempre traz vantagens e pode ficar com um conjunto de encargos mais elevados face às propostas das mesmas instituições sem cross-selling. A única forma de comparar propostas de forma fiável continua a ser a taxa anual efetiva revista (TAER). Se não houver cross-selling, o valor daquela será igual ao da taxa anual efetiva (TAE) (ver quadro comparativo elaborado pela Deco). 

992 milhões nos primeiros 4 meses 
Os bancos estão novamente a apostar no crédito à habitação, mesmo quando a Euribor está em queda. A comprovar este facto estão os números avançados pelo Market Outlook de Julho de 2015, do Gabinete de Estudos da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, já que nos primeiros quatro meses deste ano foram concedidos 992 milhões de euros para crédito à habitação. Na verdade, passou-se dos 199 milhões de euros concedidos em Novembro do ano passado para os 279 milhões em Dezembro e 281 milhões em Março deste ano. Em Abril de 2015 teve um ligeiro abrandamento, sendo o crédito concedido de 277 milhões de euros. A média tem vindo a subir todos os meses, o que representa algum dinamismo no mercado imobiliário.

Fonte: VidaEconómica

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