26 julho 2015

Segmento do turismo residencial ressente-se da falta de oferta disponível


O investimento externo direto em Portugal deverá duplicar com a extensão do programa Vistos Gold. Segundo a Associação Portuguesa de Resorts (APR), o turismo residencial sente já a falta de produto disponível. Mas alerta para a falta de capacidade financeira dos promotores.


As estimativas da APR apontam para que o alargamento do âmbito do programa Vistos Gold permitirá superar os três mil milhões de euros de receitas, valor que “não inclui os gastos realizados nas outras áreas para além do montante afeto a obtenção do visto”, disse Pedro Fontainhas, diretor executivo da entidade.

Em comunicado, a APR cita dados do SEF para referir que o programa de Autorização de Residência para Investimento, comummente conhecido como Vistos Gold, representou até à data uma entrada de investimento direto de 1,4 mil milhões de euros.

A Lei n.º 63/2015 introduz quatro novas opções, promovendo o investimento em áreas como a reabilitação urbana, a investigação científica, o apoio à produção artística, a recuperação ou manutenção do património cultural nacional e a capitalização de pequenas e médias empresas. A estes, acresce o incentivo ao investimento localizado em territórios de baixa densidade, patente na diminuição em 20% do investimento necessário.

Vendas superam 25 mil unidades

No segmento do turismo residencial, a APR estima que em 2014 as vendas deste segmento “estão em franco crescimento face a anos anteriores”, com “vendas a estrangeiros na casa de 25 mil unidades em 2014”, sendo de esperar “vendas em 2015 iguais ou superiores a 2014”.

Este crescimento “é sobretudo sentido em Lisboa e no Algarve, com crescimentos muito interessantes na zona de Troia/Comporta”, afirmou a mesma fonte à VE. O Algarve representa cerca de 90 % das compras de segunda habitação.

Ao mesmo tempo, sendo que “as estatísticas oficiais são ainda escassas”, “é seguro dizer que os preços deixaram de baixar em 2014”. Assim, “com o aumento da procura e manutenção da escassez na oferta, haverá uma clara tendência de crescimento de preços em 2015/2016”, assegura a APR.

Paralelamente, os próximos anos poderão ditar o retorno da promoção neste segmento. Em Lisboa, “face à enorme procura em 2014 e escoamento da oferta”, regista-se já “muita obra em curso”. Nos resorts, “estando o produto a acabar, 2015 e 2016 serão anos de forte investimento em nova obra”, adianta.

Este volume “dependerá da capacidade financeira dos promotores e do financiamento dos bancos”, sendo que, no segundo caso, “os bancos estão ainda mais preocupados em “escoar o produto que têm em mãos” e só depois poderão pensar em financiar novos projetos”.

Fonte: VidaEconómica

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