13 agosto 2015

Preferência pela compra de casa supera arrendamento


Sinais de retoma da economia mostram que preços do arrendamento continuam a não ser competitivos. Uma das imposições da ‘troika' foi a reforma do mercado de arrendamento e a actualização das rendas antigas - anteriores a 1990. O objectivo era dinamizar o mercado para incentivar o arrendamento em detrimento da compra de casa. No entanto, de acordo com as imobiliárias, a compra de habitação voltou a florescer desde o ano passado.


O mercado de arrendamento ganhou força nos últimos anos em resultado dos bancos terem fechado o acesso ao crédito à habitação. Hoje a banca está novamente activa no que diz respeito ao crédito à habitação, o que levou o arrendamento a perder terreno para a compra de casa. Uma tendência que, segundo as maiores imobiliárias presentes no mercado português, é notória desde o ano passado.

"O número de arrendamentos tem vindo a diminuir mas não é uma situação nova", uma vez que já se registou no ano passado, avança Beatriz Rubio, presidente-executiva RE/MAX. Nos primeiros seis meses deste ano, os arrendamentos na maior rede imobiliária desceram 16%.

Para o sector, o facto de o arrendamento continuar em queda é um sinal de retoma da economia. Os portugueses voltam a mostrar que os preços do arrendamento continuam a não ser competitivos quando comparados com o valor da prestação a pagar ao banco nos créditos à habitação. Em Junho, o volume de novos empréstimos subiu 35,39% face ao mesmo período do ano passado, revelam os dados do Banco de Portugal, com o crédito à habitação a liderar os pedidos das famílias.

Na rede nacional da Century 21 Portugal foram realizadas 1.369 transacções, contra as 1.505 registadas no período homólogo do ano passado, revelando uma diminuição de 9%, nas operações de arrendamento. "Esta tendência decrescente do arrendamento continua a manter-se, desde o terceiro trimestre do ano passado", acrescenta Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal. De acordo com o responsável o valor médio de arrendamento continua a registar uma ligeira quebra, fixando-se nos 512,5 euros, no primeiro semestre deste ano, tendo em conta o valor médio de 520 euros registados entre Janeiro e Junho de 2014.

Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal, sublinha que os arrendamentos representam 25% das operações da imobiliária, um valor que se manteve sem "alterações significativas" nos primeiros seis meses do ano. "O que se verifica, desde o início de 2015, é um aumento da procura e do interesse por parte dos clientes em comprar casa", conclui o gestor. 

Por sua vez, o presidente da Associação Nacional de Proprietários, Frias Marques, duvida deste novo impulso na compra de casa. "As entidades bancárias continuam com limitações na concessão de crédito e continua a haver centenas de milhares de pessoas a perder a casa", nota.

Fonte: Económico

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.