21 setembro 2015

De Hong Kong ao Dubai. Como crescem os preços das casas?


O mercado imobiliário é uma caixinha de surpresas. Analisar a evolução dos preços das casas em várias latitudes permite perceber quais os mercados mais “quentes” e compreender a forma como os fenómenos macroeconómicos condicionam as apostas dos investidores.


É a subida mais fraca desde 2011. Entre Junho de 2014 e o mesmo mês de 2015, os preços das casas em todo o mundo cresceram, em média, 0,1%. As conclusões são do Global House Price Index da consultora imobiliária Knight Frank, divulgado este mês de Setembro.

Dos 56 mercados analisados, 12 seguem uma tendência negativa de crescimento. O cenário macroeconómico influencia, e muito, os desempenhos de cada país. Mas há questões que ultrapassam fronteiras: as incertezas sobre o futuro do Euro, os nervosismos sucessivos nos mercados de capital e as dúvidas quanto à subida dos juros pela Fed.

O quadro está pintado. Resta agora perceber tonalidades.

A (NEGATIVA) SURPRESA ÁRABE
É no Dubai que se regista a maior quebra do mundo nos preços das propriedades: 12,2% no período analisado. Um decréscimo da procura, conciliado com um fortalecimento do dólar e a adopção de medidas com vista à diminuição da especulação imobiliária, ditam este ciclo.
De facto, o mercado imobiliário deste emirado tem sido feito de altos e baixos ao longo da última década. Qualquer que seja a direcção da tendência, o ritmo é acelerado. A evolução do preço do petróleo vai influenciando o percurso.
Se o Dubai é uma surpresa no ‘top’ 5 dos países, a presença dos restantes não abre margem para grandes espantos. Os preços das casas na Ucrânia, Chipre, Grécia e China seguem em terreno negativo.
Na Ucrânia, a quebra é de 12%, como reflexo dos dois anos de protestos e conflitos motivados pelos movimentos separatistas. O Chipre, epicentro de uma crise financeira na Europa em 2013, vê os preços das casas a cair 6,5%.
Ainda os desenvolvimentos mais quentes do Verão não tinham tido lugar e já os investidores estavam preocupados com a situação na Grécia. O impacto não deixou de se fazer sentir nos preços dos imóveis para habitação: a descida é de 5,9% entre Junho de 2014 e Junho de 2015.
Também na China as preocupações com a volatilidade dos mercados de capitais foram ditando a tendência, ainda as principais sessões negras de finais de Agosto e início de Setembro não tinham ocorrido. Neste país, no período analisado, os preços desceram 5,7%.

A PERDA DE UM TÍTULO (INDESEJADO)
Ansiosa por se livrar dele, a Europa guardava há 15 anos um título: o desempenho mais fraco na evolução dos preços do mercado residencial. Mas o cenário mudou no final de Junho deste ano, mostra o relatório da Frank Knight
O Velho Continente viu a sua média de preços aumentar 2,8% face ao mesmo mês de 2014. A determinar este resultado estão os crescimentos de dois dígitos da Turquia (18,5%), Estónia (13,4%), Luxemburgo (13,2%) e Irlanda (10,7%).
Perdem apenas para um forte rival: Hong Kong, que ocupa o primeiro lugar do ‘ranking’. Neste território, os preços cresceram 20,7% no período analisado pela consultora imobiliária. Mesmo com a adopção de medidas para atenuar a especulação imobiliária, os investidores – sobretudo chineses - continuam a rumar a esta geografia. Por ali, a liquidez é crescente.

E PORTUGAL, ONDE FICA?
Portugal está em terreno positivo, mas encontra-se já na segunda metade da tabela dos 56 mercados analisados pela Knight Frank. O país ocupa a posição 33. Dentro das fronteiras nacionais, os preços das casas cresceram 2,4% no período analisado.

Descubra:
Quais são os mercados que mais crescem
  • Hong Kong (20,7%)
  • Turquia (18,5%)
  • Estónia (13,4%)
  • Luxemburgo (13,2%)
  • Nova Zelândia (10,9%)
  • Irlanda (10,7%)
Quais são os mercados em maior contração
  • Dubai (-12,2%)
  • Ucrânia (-12%)
  • Chipre (-6,5%)
  • Grécia (-5,9%)
  • China (-5,7%)
  • Polónia (-4,9%)
Fonte: Negócios

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