21 setembro 2015

Localizações secundárias do comércio de rua têm forte potencial a curto prazo


Desde o início deste ano, e principalmente a partir da primavera, o mercado do retalho em Portugal tem vindo a seguir a sua rota de crescimento. As perspetivas para os próximos meses são de continuação deste crescimento, acompanhadas pelo aumento (e mais notório) do potencial das zonas secundárias do comércio de rua, essencialmente em Lisboa e no Porto.


As previsões são da C&W, incluídas no seu Marketbeat Outono 2015, apresentado no dia 16. Segundo este relatório, zonas próximas de grandes artérias, como a Rua Rosa Araújo, perpendicular à Avenida da Liberdade, em Lisboa, ou as ruas adjacentes na zona do Chiado são os locais com mais potencial para o comércio de rua nos próximos tempos, já que, por serem zonas consideradas secundárias, têm preços mais baixos que as zonas prime, e são uma alternativa à falta de espaços das zonas mais nobres. A C&W dá nota de que, no entanto, na Avenida da Liberdade é de esperar algum movimento no que toca ao retalho nos próximos tempos, já que estão vários prédios em reabilitação nesta rua, que darão origem a novas lojas.

O relatório da C&W mostra que, depois de um 1º trimestre mais tímido, a partir da primavera o setor do retalho acompanhou a melhoria da economia, registando um crescimento acentuado da procura. Neste contexto, o volume de negócios mantém algum crescimento e reflete a mudança dos padrões de consumo em Portugal, com o setor não alimentar a recuperar com mais força.

A procura atual é alimentada não só pelos operadores internacionais como também pelos nacionais, que retomam agora as suas políticas de expansão, numa altura em que a aposta em novos conceitos é clara, principalmente no comércio de rua.

É conhecido o dinamismo que o comércio de rua voltou a ter nos últimos anos, mas não se deve apenas ao turismo, já que há muitos portugueses a preferir também estes locais para fazer compras, em detrimento dos centros comerciais, que têm vindo a perder algum tráfego, que a C&W acredita que se desviou para a rua. A C&W dá inclusive o exemplo da Avenida dos Aliados, que acredita que pode ser a nova artéria de comércio no Porto e «um diamante em bruto», e destaca também o sucesso que a Rua de Santa Catarina entretanto recuperou depois da crise.

Surgem agora novos valores de mercado, com o Chiado e a Avenida da Liberdade com rendas de 97,5 euros/m²/mês e Santa Catarina com 45 euros/m²/mês. Já os centros comerciais praticam uma renda média de 75 euros/m²/mês, ao passo que os retail parks, um conceito que continua a ter muita dificuldade em afirmar-se no nosso país, praticam rendas de 8,5 euros/m²/mês.

No entanto, os shoppings também estão em recuperação, com as vendas a manter um crescimento muito positivo este ano apesar de uma ligeira redução do tráfego. O mercado de centros comerciais em Portugal é, no entanto, muito maduro, pelo que não há grande espaço para surgimento de novas unidades (estando agora a avançar apelas o Nova Arcada, em Braga, e o Ikea em Loulé, mas Eric van Leuven, managing partner da C&W, acredita que «há espaço para conceitos mais pequenos, de proximidade», de que é exemplo o Small, do The Edge Group, em Lisboa.

Fonte: VI

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